A chegada da PLENITUDE DOS TEMPOS
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Hermes C. Fernandes
“Havendo Deus outrora falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes ÚLTIMOS DIAS pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez o mundo.” Hebreus 1:1-2.
Todo dia tem o seu fim. Assim como foram os primeiros seis dias da criação, o sétimo dia teria que chegar ao fim. Mas para isso, teria que ser completado. Deus não poderia adiantar os ponteiros de Seu relógio profético. O que Ele mesmo determinara teria que se suceder, mas na hora certa.
É à meia-noite que o dia termina para dar lugar a outro. É na décima segunda badalada do relógio que o dia encontra sua plenitude. Os sessenta segundos finais que antecedem a meia-noite são o minuto final. Não há como mudar isso.
É também à meia-noite que as trevas alcançam o seu apogeu.
Do crepúsculo até a meia-noite, a escuridão vai se tornando cada vez mais espessa. Mas a partir da meia-noite, a tendência se reverte, e gradativamente começa a clarear.
Jesus veio ao mundo quando as trevas atingiam o seu ápice. Nas palavras de Zacarias, pai de João Batista, era por causa da entranhável misericórdia de Deus que “o sol nascente das alturas”visitara o mundo, “para iluminar os que jazem nas trevas e na sombra da morte” (Lc.1:78-79). Isaías também profetizou acerca disso:
“As trevas cobrem a terra, e a escuridão os povos; mas sobre ti o Senhor vem surgindo, e a sua glória se vê sobre ti.” Isaías 60:2.
Em outra passagem, o mesmo profeta afirma que “o povo que andava em trevas, viu uma grande luz; sobre os que habitavam na região da sombra da morte resplandeceu a luz” (9:2).
Era chegada a plenitude dos tempos. O fim do sétimo aión. O fim dos tempos. Os ponteiros do relógio divino estavam se encontrando novamente.
Paulo relata aos Gálatas que “vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei” (4:4).
A plenitude dos tempos começa com o nascimento de Jesus Cristo, alcança seu ápice com a Cruz e a Ressurreição, e termina com a Queda de Jerusalém, abarcando um espaço de aproximadamente 70 anos.
Aqueles eram os minutos finais daquele aión.
A primeira mensagem pregada por Jesus, registrada por Marcos, foi: “O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede no evangelho” (Mc.1:15). Dizer que o tempo estava cumprido era o mesmo que dizer que aquele aión havia alcançado a sua plenitude.
Um novo dia estava chegando! Um novo aión, um novo tempo, um novo mundo, um novo céu e uma nova terra. É essa nova ordem que Jesus chama de Reino de Deus.
A Luz do Mundo invadiu o Império das Trevas, e prevaleceu sobre ele. “A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram sobre ela” (Jo.1:5). Assim como no início houve luz antes que houvesse sol, agora o sol havia visitado o mundo antes que fosse dia! Cristo subverteu a ordem natural das coisas! O Sol da Justiça nos visitou. Por isso os demônios dos gadarenos reclamaram por serem atormentados por Jesus “antes do tempo” . Na verdade, aqueles eram os segundos finais que antecediam o mais importante fato ocorrido na História do Universo: A Cruz.
A contagem regressiva já havia começado. O cerco estava se fechando. Tudo já estava engatilhado. E isso pode ser comprovado por passagens tais como a encontrada em João 4:23, onde Jesus afirma à Samaritana: “Vem a hora, e JÁ CHEGOU, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, pois o Pai procura a tais que assim o adorem.” Parecia que Jesus estava interferindo de forma deliberada no kronos para estabelecer o Seu kairós . Ora, se Ele é poderoso para fazer o relógio solar de Acaz atrasar dez graus, e para paralisar a rotação da Terra por quase um dia, de quê Ele não seria capaz? Seria esta uma forma de perturbar e confundir o império das trevas? De qualquer maneira, o Kairós de Deus estava prevalencendo sobre o kronos do homem.
Jesus veio cumprir a 70a. Semana profetizada por Daniel. Na cruz, Ele não só trouxe a Justiça Eterna, como também expiou a iniquidade, e fez cessar os sacrifícios levíticos! - Está consumado! Bradou Jesus do alto do Gólgota. Terminava ali o sétimo dia, em cujo crepúsculo a comunhão entre Deus e o homem havia se rompido. Começava , então, um novo Sabath, um novo descanso para o povo de Deus.
O novo Sabath já não seria o sétimo dia, mas o primeiro Dia, agora conhecido como o Dia do Senhor. É neste Dia que estamos desde a Cruz. Por isso, o Autor Sagrado não hesita em afirmar que “nós, os que temos crido, entramos no descanso (sabath)” (Hb.4:3a). Nesta passagem, o santo escritor diz que, por causa da desobediência do homem, Deus “determina outra vez certo dia” , que é “Hoje”. E ele conclui dizendo que “se Josué lhes houvesse dado Sabath, não teria falado depois disso de OUTRO DIA. Portanto, resta ainda um Sabath para o povo de Deus”(Hb.4:7a,8-9). Esse novo Sabath é Hoje! E que Hoje é este? Aquele inaugurado na Cruz. Aquele mesmo no qual Jesus garantiu ao ladrão arrependido que ele estaria no paraíso.
Estamos vivendo o Dia do Senhor! Entramos em Seu Descanso, em Seu Sabath. Paulo diz que o mandamento acerca da guarda do sábado era apenas uma sombra do verdadeiro Sabath que estava por vir. Cristo é o nosso Sabath (Col.2:16-17).
Foi Jesus quem nos franqueou o acesso a esse Sabath. É d’Ele o convite: “Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomais sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso (Sabath) para as vossas almas” (Mt.11:29-30). Em Cristo, chegamos ao Novo Dia, ao Sabath Eterno.
Embora o Novo Dia já tenha chegado, ele ainda não clareou! Paulo diz que “todos vós sois filhos da luz, e filhos do Dia. Nós não somos filhos da noite, nem das trevas” (1 Ts.5:5). Somos, portanto, cidadãos do novo aión, filhos de um novo tempo. Em outra passagem, ele diz que devemos conhecer o tempo, e que “Já é hora de despertarmos do sono, porque a nossa salvação está agora mais perto de nós do que quando aceitamos a fé. A NOITE é PASSADA, E O DIA é CHEGADO. Rejeitemos, pois, as obras das trevas e vistamo-nos das armas da luz”(Rm.13:11-12).
A Era das Trevas chegou ao fim. A Cruz inaugurou o novo tempo. Ainda que não seja perceptível aos homens carnais, o Dia já começou a clarear.
Mas não vivemos por vista. Vivemos por fé. Não importa o que nossos sentidos nos digam. A verdade é que as trevas estão passando, e já brilha a verdadeira luz (1 Jo.2:8).
E é o caminhar da nova humanidade que traz o alvorecer do novo dia. Por isso, o sábio Salomão profetiza: "A vereda dos justos é omo a luz da aurora que vai brilhando mais mais até ser dia perfeito" (Pv.4:19).
O Dia Perfeito será o tempo da manifestação da glória derradeira, quando o "Dia do Senhor" iniciado a partir da Cruz, terá alcançado o seu ápice. Será o meio-dia profético, quando já não restarão sombras, e todas as nossas obras e motivações serão trazidas a juízo.
Até que chegue o Dia Perfeito, estamos sendo conduzidos "de glória em glória". Já se pode contemplar o degradê celestial, e em breve, muito em breve, os primeiros raios solares da justiça rasgarão o que restar das trevas da iniqüidade.
Hermes Fernandes é também culpado do que se faz aqui no Genizah
tenho dificuldades em pensar a escatologia de forma tão fechada. Por um lado achei interessante sua abordagem, pois de fato em Cristo está a plenitude dos tempos. Mas penso que em Cristo a história da salvação toca a história da humanidade tangencialmente, por isto Cristo é o centro da história humana e salvífica. Por isto Ele é a plenitude dos tempos. Ao mesmo tempo que Jesus não pertence a este mundo, ele veio (tangencialmente - por um tempo) até aqui e modificou estruturas (salvíficas, reconciliatórias), demonstrando o poder do Pai e pelo Espírito Santo somos levados de volta ao ponto tangencial da cruz de Cristo e então podemos ter nosso futuro redefinido.
ResponderExcluirB. Hermes:
ResponderExcluirMais do mesmo: Desculpe a invasão , se estiver sendo chata, mas só quero entender, comparar, então tirar minhas conclusões de sua "visão":
Creio que o Arrebatamento da Igreja de Jesus acontecerá antes dos sete anos da Tribulação. (Certo, isso já foi discutido).
Sobre as "70 semanas", que vc citou:
Baseio-me nas profecias sobre a 70ª semana de Daniel (Dn 9), que faz parte das 69 semanas anteriores mencionadas na profecia bíblica. Essas semanas estão expressamente relacionadas ao povo de Israel e à cidade de Jerusalém (Dn 9.24). Elas têm caráter antigo-testamentário e, além disso, na época em que Daniel recebeu a visão divina a Igreja ainda era um mistério. Ela foi introduzida posteriormente, em uma dispensação totalmente nova e diferente, que é a Era da Igreja. Quando este tempo tiver terminado, ou seja, quando a Igreja tiver sido arrebatada, terá início a última das setenta semanas, a 70ª semana, fechando o ciclo juntamente com as outras 69 semanas (de anos) anteriores, já cumpridas. Por essa razão, os juízos dos capítulos 6 a 19 do Apocalipse também têm caráter antigo-testamentário. A Bíblia diz em 1 Tessalonicenses 1.10 e 5.9, de maneira inequívoca, que a Igreja não foi destinada para a ira de Deus. Essa ira do Senhor já começa em Apocalipse 6. COMPARAÇÃO: Apocalipse 6.15-17 com Isaías 2.19-21.
É uma síntese,sei, e o assunto é longo demais para discutir aqui, qual seria então a "visão" resumida, das 70 semanas na Teologia dos Pactos, e baseia-se em que fundamentos bíblicos?
Obrigada.
Elídia,
ResponderExcluirNão há qualquer evidência de que a septuagésima semana de Daniel seria separada das outras 69 por um hiato de mais de dois mil anos. Esta teoria tem sido um dos pilares do dispensacionalismo. Pra que ela seja validada, tiveram que fazer um verdadeiro contorcionismo teológico. Por isso se acredita que o templo terá que ser reerguido nos últimos dias. Interessante que Jesus quando passava pelo templo, disse que não ficaria pedra sobre pedra, mas se esqueceu de dizer que ele seria reconstruído no futuro.
De acordo com a linha pós-milenista e preterista parcial, que é a que defendo, a grande tribulação ocorreu ainda no primeiro século, e culminou com a queda de Jerusalém e seu templo no ano 70. d.C.
A Igreja não foi um mistério durante o período vetero-testamentário. Ela é a continuidade do Israel de Deus. Ele não tem dois povos na terra, mas apenas um: a descendência de Abraão, não segundo a carne, mas segundo a fé.
Sobre as 70 semanas de Daniel, dá uma conferida neste texto: http://escatologiareinista.blogspot.com/2008/05/portanto-quando-virdes-que-abominao-da.html
ResponderExcluirDiga-nos caro Hermes, qual o seu ponto de vista escatológico. Pra mim, seguias o amilenismo
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