Tartarugas suicidas e o cristão imprudente
Nunca vi um lugar pra ter tanta tartaruga quanto aqui na Florida central. Provavelmente devido ao enorme número de lagos na região. Hoje quase atropelei uma tartaruginha minúscula que resolveu atravessar a rua movimentada. O carro que vinha atrás também conseguiu se desviar, mas o seguinte, não. Adeus tartaruguinha. Será que tartarugas suicidas vão pro céu?
Num domingo de manhã, enquanto dirigíamos para a igreja, uma tartaruga de tamanho considerável estava atravessando a rua, e minha esposa pediu que parássemos para socorrê-la. Aquela era valente; não escondeu a cabeça no casco. Pelo contrário, encarou Tânia. Mesmo assim, minha esposa a socorreu, levando-a para o outro lado da pista. É comum assistirmos a esta cena aqui. As pessoas sempre param para socorrer as tartarugas imprudentes.
Mas esta semana fomos surpreendidos em um outro episódio envolvendo tartaruga. Três meninos tocaram nossa campainha. Achei que eram escoteiros pedindo dinheiro. Mas o que eles queriam era nos avisar que havia uma enorme tartaruga debaixo do meu carro. Estava muito calor, e pelo jeito ela quis refugiar-se à sombra do meu automóvel, que parecia um grande casco protetor. Meu receio era atropelá-la ao sair.
Como conhecemos o temperamento desse réptil, preferimos deixá-la em paz. Horas depois, ela se foi.
O que faz com que elas se exponham tanto? Seria excesso de confiança na resistência do seu casco? Será que desconhecem que não resistem ao peso de um carro?
Ou será pensam que são tartarugas ninjas, com habilidade suficiente para desviar-se rapidamente?
Quantas vezes temos agido como elas? Achamos que a armadura de Deus é uma espécie de casco protetor que nos capacita a resistir a qualquer tentação. Se isso fosse verdade, não seríamos orientados a “fugir” da aparência do mal.
É verdade que as tentações sempre vêem. Porém isso não significa que devamos nos expor desnecessariamente a elas. O nome disso é tentar a Deus, como respondeu Jesus a ser tentado por Satanás no deserto.
Ele não apenas nos ensinou a orar para não CAIRMOS em tentação, mas também a vigiar para não ENTRARMOS nela. Se pudermos evitar, evitemos.
Confio piamente em Deus que não me deixará tentar além de minha capacidade de resistir. Porém, não confio nem um pouquinho em minha natureza. Meu casco não é tão resistente quanto parece.
Se o sol estiver de rachar, é melhor fazer como aquela tartaruga, e refugiar-me debaixo de um casco maior, a saber, o esconderijo do Altíssimo.
Hermes Fernandes é também culpado do que se faz aqui no Genizah
O melhor é reconhecer as nossas limitações e fraquezas, não devemos confiar na carne.Sansão confiou no casco e se arrebentou!
ResponderExcluirPaz seja contigo
ResponderExcluirQuanto a tentação é prudente evitarmos ir além do que entedemos sobre os nossos desejos e impulsos da carne.
Subjugar a carne ao espírito é uma luta diaria que temos todos de lutar.
mas dentro de outro contexto...
Devo me perguntar e lhe pergunto:
Como viver num mundo mal como este, ser LUZ e SAL, e ainda assim não se expôr de nenhum modo aos pecados motorizados e impelidos por mídias e conglomerados de empresas.
Porventura não somos nós "tartarugas" em armaduras que lutamos mesmo contra os gigantes em nosso dia a dia e que temos sim da parte de Deus a Graça de viver e vencer a estes?