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O que eu poderia e o que eu sou...


Rev. Digão


Eu poderia dizer o quanto a igreja evangélica brasileira se perdeu na história. Como ela tem se vendido, ao contrário de Jesus, que Se entregou.

Eu poderia dizer o quanto os crentes têm sido hipócritas, egoístas, interesseiros e mesquinhos. Como, com suas atitudes, fazem de Deus um mentiroso.

Eu poderia dizer o quanto os pastores abandonaram a sua vocação principal, que é ensinar, aconselhar, ouvir, encorajar, admoestar os seus congregados, condenar o pecado neles e deles, falar de Jesus para quem ainda não O conhece (ou seja, pastorear) e, em vez disso, têm se tornado administradores de um negócio religioso às vezes lucrativo e que se faz passar por igreja, tomando-lhe até mesmo o nome.

Eu poderia dizer o quanto o sistema religioso atual é opressor.

Eu poderia dizer que o neo-ateísmo, propagado por Dawkins e Saramago (entre outros menos cotados), é tão opressor quanto a fé cristã que dizem combater, mas que precisam para terem algo para mostrarem a esse mundo de holofotes.

Com certeza, tudo o que está escrito aí em cima é verdade. E tem muito mais verdade ainda, que não deu tempo para relatar. E, com certeza, quero falar sobre esses assuntos, pois me sinto compelido a isso.

Mas é que, há cerca de três semanas, voltando de um ensaio tarde da noite, eu vi um travesti em uma esquina escura. Ele estava todo “montado”, com roupa minúscula e cheio de maquiagem. Só que, ao ver o travesti, não esbocei nenhuma reação. Não fui ao seu encontro para falar de Jesus, para falar da vida, para falar alguma coisa. Para mostrar a ele que eu me importo, que a igreja se importa, que Jesus se importa. Mas não fiz nada. Segui meu caminho para casa.

Confesso, com horror, meu pecado de hipocrisia. Quero ser diferente, luto para ser diferente, mas o peso do pecado é muito. Como o apóstolo Paulo disse, miserável homem que sou!


Reverendo Digão se contorce aqui no Genizah
Apologética 3878702726251722497

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  1. É Digão... é algo que Daniel e Neemias nos ensinam em suas orações de arrependimento... o pecado não é só do povo, é nosso! ou seja, não é o que a igreja esta se tornando é o que nós como igreja nos tornamos.

    A palavra profética tem por sua principal virtude não excluir a voz do que a proclama. Justamente porque, como diria Willian Perkins, ela é profética de ambos os lados: falando aos homens em nome de Deus e a Deus em nome dos homens.

    Abraço,

    Nilton
    Pastor e pecador

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  2. Reverendo, corremos realmente o risco de perdermos o equilíbrio que há no evangelho ao imergirmos nas críticas sem o contrapeso do IDE. Batalhar pelo evangelho não só em sua defesa, mas também em sua divulgação nas ruas, nos guetos, pelos socialmente oprimidos ou oprimidos por Satanás. Até quando vamos falar de Jesus somente nas igrejas? Até quando vamos nos desviar dos mal-cheirosos, daqueles que Jesus mais buscou? Amém a tuas palavras.

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  3. Creio que todos compartilhamos dessa mesma impotência. Sim, impotência diante de nosso próprio ser.
    Também gostaria de ser mais,
    Também gostaria de fazer mais,
    Também gostaria de estar mais,
    Miserável homem que também sou.

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  4. Acredito que este tipo de comportamento incomoda, a mim me tortura, a todos que verdadeiramente querem ser discípulos, servos e cumpridores das palavras do Senhor Jesus. Não é fácil, mas a busca constante de praticalas, nos levará a ação.

    Sabemos da missão, mas o conflito carne x espírito nos impede, por mais que queiramos fazer. Melhor exemplo está na no que o apóstolo Paulo escreveu ( Romanos 7 : 17-20 ) 17 De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim.
    18 Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e com efeito o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem.
    19 Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço.
    20 Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim.

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  5. É lamentável que a igreja chegou a esse ponto, realmente pouco se prega a palavra e muito se anuncia a denominação. Isso é claro, visando fins lucrativos. Mas nós também deixamos um pouco de lado a real mensagem da cruz, pois pouco temos feito pra Deus. Já me peguei em situação paracida a essa sua, já tive oportunidade de falar de Deus para alguém e me calei. Muitas vezês, é mais importante defender nossas ideologias doque a de Cristo. Eu creio que podemos ser melhores servos do que estamos sendo. Graça e paz!

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  6. Digão, estou vivendo essa mesma situação. Corajoso de sua parte admitir. Estou tão repleto de informação, sobre o que é e o que não é o Reino de Deus, sobre o que é Adoração, vida de culto, sobre falsos profetas. Sobre amar o próximo. Mas também preciso sair do plano das idéias, da teoria, e agir. Porque o amor é ação.
    Termino parafraseando o ex-cardeal Paul-Émile Léger: "O tempo de falar acabou".
    Obrigado pelo post, acho que o caminho é esse mesmo.

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  7. Irmão, você me permite dizer algo? Então lá vai (espero que leia.)

    Esse seu artigo foi um instrumento de Deus, para eu dizer algo que está em meu coração há muito, mas não tinha a deixa certa.

    Tenho acompanhado diversos blogs "apologéticos", dentre os quais este. Concordo com muito do que se diz aqui. Há uma densa treva sobre a igreja do Senhor. Fato! Ah... vivemos tempos como os do profeta Jeremias. E ai de quem se levantar para profetizar contra esse povo de dura cerviz.

    Porém, meu amado irmão, (como é difícil concatenar as palavras certas aqui, para eu não parecer transigente, nem antagonista, nem vão) o que se vê, em todo esse trabalho "apologético" é um grande vazio, em termos de ministério do Reino.

    Claro, podemos dizer que Paulo era um apologeta. O próprio Senhor. Fato. Entretanto, não é esse o centro da mensagem do Reino. O Reino constitui-se em "paz, justiça e alegria no Espírito". Ficamos paralizados, num esforço estéril de críticas incessantes. Incessantes não por erro nosso, mas pq essa é a natureza do homem, desde sempre. Tb havia isso nos primórdios da cristandade. Sempre o haverá, até o joio e o trigo serem separados, o que só acontecerá no Juízo. (novamente, peço-te que não pense que sou transigente, pois há dias que o zelo pelo Senhor, Sua Palavra e a sã doutrina me consomem, até sentir angústias e dor)

    A apologia bíblica, ela vem num contexto de amor do Pai, que cuida dos Seus filhos, a igreja, defendendo-os das mentiras de Satanás. Mas o que se vê na "blogosfera" apologética é a crítica pela crítica. Muitas vezes palavras vis, muitos sentimentos baixos, zombaria e tantas outras coisas. Ah amados, como o Senhor vos ama! Não se para pra pensar no que se dirá. Não se intercede por essas vidas que estão no engano, enganando e sendo enganadas.

    Sabe... no afã de defendermos a sã doutrina, podemos, muitas vezes, nos colocar contra Deus, sem nem ao menos saber. É muito sério isso. E o pior é a soberba e o ego que impera. Muitos creen serem os "donos da verdade" e são sábios aos próprios olhos, coisa que o Senhor abomina. Não há quebrantamento, não há arrependimento, não há nada, muitas vezes, senão a estéril crítica. Que mais parece uma masturbação mental, em que tenta-se agradar a sua própria razão e as dos que pensam de maneira semelhante.

    Sabe, irmão, não digo isso pra vc, especificamente, mas pra todos que se acham apologetas, sábios aos seus próprios olhos, valentes atrás de seus mouses e teclados, mas miseráveis em poder de Deus em seus ministérios para o Reino, isso quando há ministério, que gera vidas para o Senhor, que batalha junto ao campo de batalha onde a verdadeira guerra se trava, i.e., no coração do homem, mormente os que não conhecem Jesus, como o travesti do seu artigo.

    Nosso tempo é tão escasso, e o gastamos liberalmente criticando e apontando, mas fora de um contexto do Reino, fora de um contexto da obra, do ministério. Se gastássemos o tempo que gastamos alimentando essa sanha crítica, essa amargura que consome nossos corações, buscando ao Senhor, à Sua face, indo ás vidas e fazendo a obra de Deus, mudaríamos MUITO mais do que com sites com este e como tantos outros.

    Amado, precisamos de renovação, para que o Senhor alivie nossas cargas (como no Progresso do Peregrino) para podermos fazer a obra santa do Senhor;

    Se Jesus viesse nestes dias, será que ele montaria um blog "apologética" ou perderia tanto tempo lendo-o ou disseminando-o? Onde ele estaria agora mesmo? Onde sempre esteve na Bíblia: buscando a presença do Pai em oração ou servindo às vidas, anunciando o Reino.

    Pense nisso, pois o Senhor te dará entendimento de todas as coisas.

    De alguém que verdadeiramente te ama em Cristo Jesus, a Quem um dia todos nós prestaremos contas de nossas vidas e tempo.

    Fabio

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