681818171876702

Livro na Lupa: Reformissão de Mark Driscoll



Danilo Fernandes


Como ultrapassar barreiras culturais para levar o Evangelho, sem comprometer o conteúdo? A resposta para esta questão é o modelo de evangelização que o Pastor Mark Driscoll chama de REFORMISSÃO.


Reformissão é um livro essencial para qualquer um que tenha um projeto de evangelização, ou seja: para todos os crentes.

Driscoll começa a construção de seu modelo apresentando passagens das Sagradas Escrituras capazes de ilustrar o seu corolário. Para tanto, nos apresenta esforços de superação transcultural na evangelização, começando pelo próprio Senhor Jesus, já na busca de seus colaboradores para levar as Boas Novas às subculturas marginalizadas de sua cultura: as prostitutas, os publicanos, os despossuidos, leprosos, além de povos e grupos desprezados.

Jesus pregou em sinagogas, mas priorizou os perdidos, os rejeitados e os indesejados, para quem Ele Se revelou de forma especial deixando claro a Quem veio. Mais do que isto, a certos personagens em extrema marginalidade em seu tempo, Jesus concedeu honras inimagináveis. Atitudes cujo impacto do preconceito não perderam a resistência com os séculos, sendo o esperado é que tais pessoas fossem rejeitadas pela maioria das igrejas contemporâneas.

Uma destas personagens honradas na “extrema marginalidade” foi a mulher samaritana à beira do poço de Jacó. Ali, Jesus rompeu muitas barreiras: (1) Nação imprópria (Samaria, terra de povo amaldiçoado por Israel); (2) local impróprio (entrada de uma cidade samaritana); (3) horário impróprio (período do dia em que o poço era freqüentado apenas pela escória da sociedade); (4) gênero impróprio (Jesus falou com uma mulher); (5) pessoa de profissão imprópria (mulher prostituta); (6) E ainda mulher gentia, impura, suja e velha.

A esta mulher, Jesus concedeu revelar: (1) Ser o Messias; (2) Estar próxima a destruição do templo (3) e o inicio de uma nova aliança com Deus; (4) envolvendo uma nova forma de se relacionar com o Criador. Quantos outros personagens bíblicos receberam tamanha honraria?

Mostrada a importância da superação transcultural para o IDE, assim determinada pelo próprio proceder de Jesus, Driscoll oferece três equações para caracterizar os movimentos principais de evangelização e os “tipos de cristianismo”:


Evangelho + Cultura – Igreja = Movimento Para-eclesiástico.

É o que ocorre quando cristãos ficam tão frustrados
com a igreja que tentam levar o Evangelho para a cultura, sem levar a igreja. O problema é que ao conectar as pessoas com Jesus, sem conectá-las as outras pessoas que seguem Jesus, estes ministérios deixam os novos na Fé em imaturidade teológica e sem incentivo ou recursos para produzir fruto e evangelizar outros.

Mark Driscoll diz: Os movimentos para-eclesiásticos tendem a amar ao Senhor e amar os vizinhos, sem amar os irmãos em Cristo.

Cultura + Igreja – Evangelho = Liberalismo

São as igrejas que querem ser culturalmente relevantes e se preocupam em se envolver com a cultura, negligenciando o Evangelho.

São os ministérios que ganharam relevância se envolvendo com o tecido social, político e cultural e levaram as pessoas às boas obras, mas apresentaram um “evangelho” de acomodação, que não leva à Fé pelo arrependimento, para uma verdadeira transformação.

Cristãos liberais tendem a denunciar os pecados institucionais, mas são reticentes ao comentar os pecados pessoais, por estarem em desacordo com o “senso comum” da sua cultura.

Para Driscoll, os liberais correm o risco de amar os seus irmãos e os seus vizinhos às custas do amor ao Senhor.

Igreja + Evangelho – Cultura = Fundamentalismo


Algumas igrejas estão mais voltadas para a sua denominação, tradição, arquitetura e governo do que para o Evangelho. Embora conheçam o Evangelho teologicamente, elas raramente o levam para fora de suas paredes.

Nestas comunidades as pessoas amam a igreja e seus membros, mas falham terrivelmente no amor as pessoas perdidas dentro da cultura em que se inserem e isto levanta dúvidas em relação ao seu amor por Jesus, visto que a ênfase do Mestre sempre foi o pecador...

Os pastores destas igrejas são esforçados em manter suas ovelhas longe do pecado, mas também do IDE de evangelizar o perdido.

São boas igrejas para manter as pessoas em seu meio, mas péssimas em preparar as pessoas para irem para FORA influenciar a cultura positivamente. Tendem com o tempo, a se perder num gueto que, invariavelmente, constrói doutrinas legalistas como uma barreira à cultura, mas que acabam se tornando uma barreira ao Evangelho.

É comum os cristãos fundamentalistas amarem ao Senhor e seus irmãos, mas não amarem seus vizinhos.

O desafio da cultura é um aspecto marcante do ministério do Pastor Mark, o que fica claro já pelo nome de seu ministério, Mars Hill, Colina de Marte ou Aerópago. O nome remete, naturalmente, ao episódio que mostra o Apóstolo Paulo construindo pontes entre a cultura grega e a judaica para levar o Evangelho.

A reformissão surge como uma proposta de evangelização que reúne os melhores aspectos dos três tipos de cristianismo tratados acima. Ou seja, a reformissão é viver a tensão de ser um cristão e uma igreja cristã culturalmente liberal, ao mesmo tempo que teologicamente conservadora, sendo impulsionada pelo Evangelho da Graça a amar a seu Senhor, a seus irmãos em Cristo e a seus vizinhos, sejam eles inseridos em que subcultura for.

Desafio grande, não?

Pois o Pastor Mark Driscoll encara o desafio com muita propriedade. Além de dissecar suas técnicas de evangelização, Driscoll apresenta as grandes questões apologéticas e a forma reformissional de superar barreiras, entre outras: sexo, pornografia, prostituição, masturbação, cultura secular, bebida, drogas, etc.

Driscoll, encara os desafios e as questões mais complicadas, e comumente polêmicas, com muita franqueza, bom humor, assertividade e, principalmente, com fidelidade às Escrituras.

A experiência da leitura é agradável. Mark é um camarada que se esforça para ser claro e acessível, por qualquer grupo e subcultura, mas sua teologia e seu proceder são absolutamente cristocêntricos. Recomendo fortemente!


Postar um comentário

  1. O livro parece ser muito bom mesmo.

    Junior, Contagem MG

    ResponderExcluir
  2. Sabe o que me tranqüiliza, é que mesmo com tais deformidades o Mark Driscoll é fruto de um desses modelos.

    ResponderExcluir
  3. Ainda não ouvi mensagem ruim ou livro ruim de Mark Driscoll. o vejo como um dos grandes expoentes da Palavra em extinção.

    Mas ainda creio no avivamento genuíno da igreja hodierna. Avivamento não da transcedentalidade disponivel a poucos iniciados de mãos levantadas com "poder" para matar os que discordarem.

    AVIVAMENTO ONDE O AMOR SEJA A BASE. ONDE A COMUNHÃO SEJA PATENTE, ONDE O PARTIR DO PÃO SEJA EM IGUALDADE.

    Ainda acredito nisso. Será que estou viajando? kkkk

    ResponderExcluir
  4. Apoiado, recomendado e imperdível.

    ResponderExcluir
  5. Equações da Fé

    Evangelho + Cultura + Igreja = Ministério Evangélico autêntico.

    Evangelho + Cultura + Igreja + Tradição* = Catolicistmo autêntico.

    * "Então, irmãos, estai firmes e retende as tradições que vos foram ensinadas, seja por palavra, seja por epístola nossa." (2 Tessalonicenses 2:15)

    * "E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros." (2 Timóteo 2:2)

    ResponderExcluir
  6. rapaizz....agora me deixou com vontade de comprar esse livro....kkkkkkkkk
    gosto pra caramba do Mark e das pregações dele...

    ResponderExcluir
  7. Olá me envia o banner de seu Blog para mim promove-lo o meu é esse comecei esta semana obrigado.

    (não aceitou o html Pega lá por favor http://blogibb.blogspot.com/)

    É só colar VC sabe como é
    Um grande abraço.
    Ops!? o seu esta aqui.. já copiei.

    ResponderExcluir
  8. Danilo,

    excelente livro e ótima resenha. Mark Driscoll com seu biblicismo firme, seu humor contagiante, sua coragem para tratar assuntos que a igreja (pela influência do legalismo) não trata, seu amor pelas vidas sem Cristo e sua relevância sem perder o foco no conteúdo (que maturidade e equilíbrio) está influenciando a geração de cristãos, líderes, obreiros e pastores jovens a um re-pensar missionário e eclesiástico visto que muitas vezes nos fechamos em nossos guetos "evangeliquês".

    Deus tem usado esse livro para marcar o coração de muita gente com o amor pelas vidas sem Jesus.

    Obrigado pela resenha, Deus abençoe vc,
    Juan.

    ResponderExcluir

ATENÇÃO: Comente usando a sua conta Google ou use a outra aba e comente com o perfil do Facebook

emo-but-icon
:noprob:
:smile:
:shy:
:trope:
:sneered:
:happy:
:escort:
:rapt:
:love:
:heart:
:angry:
:hate:
:sad:
:sigh:
:disappointed:
:cry:
:fear:
:surprise:
:unbelieve:
:shit:
:like:
:dislike:
:clap:
:cuff:
:fist:
:ok:
:file:
:link:
:place:
:contact:

Página inicial item