Judas e a invenção do Evangelho Self-service
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Hermes C. Fernandes
Para muitos, o beijo de Judas se tornou na marca da traição. Porém, devemos salientar que o beijo identificou o Traído, e não o traidor.
Depois de dar uma demonstração de humildade aos Seus discípulos, lavando-lhes os pés como um servo, Jesus voltou à mesa, e anunciou-lhes que dentre eles havia um traidor.
Todos ficaram pasmados, e perguntavam-no: - Senhor, quem é?
E de um a um, perguntaram: - Por acaso sou eu, Senhor?
Como Jesus identificou o traidor?
Segundo Mateus, Jesus disse: "O que mete comigo a mão no prato, esse me trairá" (Mt.26:23).
Pode parecer para nós um simples gesto, mas para os discípulos, meter a mão no prato do Mestre representava um atrevimento impensável, que só mesmo alguém dotado de personalidade irreverente seria capaz.
Meter a mão no prato significa servir-se a si mesmo. Tal era o caráter do discípulo traidor, que ele não se dispunha a servir ninguém, a não ser a seu próprio ventre.
Esse gesto aponta profeticamente para o surgimento de um tipo de cristianismo, onde as pessoas são estimuladas a viverem para si mesmas, buscando servir-se, em vez de servir à Deus e aos seus semelhantes. Basta ligar a TV, para nos darmos conta de que o Evangelho mais em voga em nossos dias é o Evangelho Self-service. Sem terem consciência disso, estimuladas pelos falsos mestres, as pessoas estão metendo a mão no prato do Mestre.
É interessante notar que há uma pequena variação no texto de João acerca desse episódio. De acordo com ele, Jesus identifica o traidor como "aquele a quem eu der o pedaço de pão molhado" (Jo.13:26). Imagino que ao ver Judas metendo a mão no Seu prato, Jesus o interrompe e lhe dá um pedaço de pão molhado no vinho de Sua própria taça. Judas não apenas quis se servir, mas sentiu-se à vontade para ser servido pelo próprio Senhor.
Pior do que servir-se a si mesmo, é servir-se do próprio Deus. É como achar que Deus existe em função de nossos caprichos e necessidades.
Ora, mesmo impactados por terem presenciado Seu Mestre servindo-os como um escravo, ninguém em sua sã consciência esperaria ser servido por Ele à Mesa. A lição que eles tiveram era que tinham que servir uns aos outros, e não esperar serem servidos.
Para avaliarmos o tipo de Evangelho que tem sido pregado em nossos dias, basta verificarmos o tipo de pessoas que ele tem produzido.
O genuíno Evangelho produz filhos cujo prazer é servir a Deus, servindo aos seus semelhantes.
O desevangelho, ou anti-evangelho (que é o Evangelho Segundo Judas) produz pessoas arrogantes, cheias de si, " cujo deus é o ventre".
Hermes Fernandes é um dos mentores da Santa Subversão Reinista no Genizah
Hehehe.... acompanho este blog, gosto dele, acho ele muito bom mesmo... mas sei pensar pela minha cabeça, e isto é bom considerando os dias atuais...
ResponderExcluirAchei graça no artigo porque os blogueiros são os primeiros a ruburecerem com as exegeses doidas dos malavéias e os valdomirólovos da vida... e poem uma exegese forçada e horrorosa destas no site? Pão no prato... atrevimento impensável? ai, esta doeu.
Nada que uns dois ou três meses no oriente médio vivendo em culturas um pouco semlhantes que Jesus conheceu, não resolveriam...
Tudo isto nos ensina que, pimenta nos olhos dos outros é colírio, hehehe...
Aprendi em meu mistério que a única coisa verdadeira é Jesus... qualquer tentativa de interpretação dele ou de sua palavra serão palavras falhas... inclusive quando feita por nós mesmos.
Nada, também que A proclamção do evangelho de nosso amigo Barth não ensine (e corrija)
Humildade gente... humildade... doses gigantescas, generosas de humildade... todos temos telhados de vidro quando se trata da Palavra de Deus
heheheh ri muito com este texto, esta foi dura de engolir. Bom descobrir que todos somos humanos, 100% humanos.
Pr. Nilton
Excelente texto!!!Gostei muito!
ResponderExcluirAcho maneiro esses pontos de vistas, tirados das entrelinhas, só Deus pra mostrar assim.
ResponderExcluirShow.
Paz pra geral.