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Colateral - Final


Hermes Fernandes


Antes de enviar Onésimo de volta ao seu amo, Paulo apela à sensibilidade de Filemom. “Eu bem quisera conservá-lo comigo, para que por ti me servisse nas prisões do evangelho. Mas nada quis fazer sem o teu consentimento, para que o teu benefício não fosse como que por força, mas voluntário” (vv.13-14).

Pelo jeito, nosso amigo Onésimo deu um grande prejuízo a Filemom. Paulo queria que ele fosse recebido de volta, mas com o valor que lhe era conferido pelo Evangelho. Então, o que fez Paulo? O valorizou. Mostrou ao seu antigo senhor o quão útil Onésimo lhe seria, caso o mantivesse consigo.

Se quisermos revelar ao mundo o valor que tem o casamento, não precisamos sair por aí condenando os adúlteros, mas valorizar nossos cônjuges aos olhos de todos.

Feridas não precisam ser ainda mais abertas, mas devidamente tratadas.

“Bem pode ser que ele se tenha separado de ti por algum tempo, para que o retivesses para sempre, não já como escravo, antes, mais do que escravo, como irmão amado, particularmente de mim, e quanto mais de ti, assim na carne como no Senhor” (vv.15-16).

Paulo intentava convencer Filemom que receber Onésimo na condição de irmão representaria lucro em vez de prejuízo.

Precisamos convencer o mundo que o casamento não é uma instituição falida, e que é melhor ter uma esposa do que uma amante. Temos que mostrar ao mundo o prejuízo que é fazer as coisas de maneira inversa àquilo que Deus planejou. As pessoas devem ser convencidas de que vale a pena fazer as coisas do jeito certo.

Um filho é melhor do que um aborto. Um casamento é melhor do que uma aventura amorosa. É melhor a justiça com segurança e paz, do que a corrupção acompanhada de pavor e violência.
Finalmente, Paulo dá o retoque final ao seu argumento em nome do amor:

“Portanto, se me tens por companheiro, recebe-o como a mim mesmo. E, se te fez algum dano, ou te deve alguma coisa, lança-o na minha conta. Eu, Paulo, escrevo de meu próprio punho, eu o pagarei, para não te dizer que ainda a ti mesmo a mim te deves” (vv.17-19).

Quem paga a conta?

Todos sonhamos ver este mundo restaurado, com suas instituições devidamente reformadas, livre da injustiça, da corrupção, e de todo mal.

Entretanto, quem se dispõe a pagar o preço por isso?

Ninguém quer ficar no prejuízo.

É muito fácil dizermos a uma menina grávida de seu estuprador para que não aborte. Mas quem se dispõe a ajudá-la a criar seu filho?

Lembro de uma mulher que ligou para um programa de rádio que eu conduzia. Ela chorava muito, e dizia que estava diante de uma janela, pronta a se arremessar. Tentei acalmá-la, e pedi que me contasse o que estava havendo. Ela me explicou que havia crescido em uma igreja evangélica extremamente legalista, mas que se desviara e se tornara numa garota de programa. Pra piorar as coisas, ela se engravidou de uma dos seus clientes, mas tinha a menor idéia de qual deles era a criança. Foi um momento muito difícil para mim, pois nossa conversa estava sendo ouvida por milhares de pessoas, e se ela resolvesse pular da janela, eu me sentira culpado pro resto de minha vida. Deixei que o Espírito Santo pusesse palavras em meus lábios, que a dissuadiram de pular. Instei com ela para que voltasse pra igreja. Ela argumentou comigo, dizendo que todas as vezes que ela pôs os pés em sua antiga igreja, as pessoas lhe olhavam de cima a baixo, julgando-a e condenando-a. Em vez de amor, ela só encontrava juízo. Mesmo sustentando sua família com o dinheiro advindo da prostituição e de filmes pornográficos, sua família a rejeitava.

Depois de muitas lágrimas, ela aceitou orar comigo, reconciliando-se com Deus. Após a oração, ela pediu pra conversar comigo fora do ar. Contou-me que tinha um contrato com uma produtora internacional de filmes pornôs, e que, se ela resolvesse abandonar aquela vida, teria que pagar uma alta soma por quebra de contrato. Procurei mostrar a ela que todo o dinheiro que aquela vida lhe dava não valia a pena, e que, mesmo sofrendo eventuais prejuízos, nada seria melhor do que voltar-se para Cristo.

Será que a igreja está preparada para receber pessoas assim?

Outra vez, recebi um homossexual em meu gabinete. Ele começou a chorar, e a dizer que sentiu confiança em nos ouvir pelo rádio. Segundo ele, todas as igrejas por onde passara, o rejeitaram. Ninguém se dispusera a ajudá-lo.

É muito fácil julgar, condenar, ou mesmo ignorar tais pessoas. Difícil é amá-las e acolhê-las como Jesus teria feito em nosso lugar.

Paulo se dispôs a pagar por qualquer prejuízo que Onésimo houvesse dado a Filemom. E quanto a nós, será que estamos prontos a arcar com os custos e implicações da mensagem do Reino de Deus?

Estaríamos prontos para lidar com os efeitos colaterais de um verdadeiro avivamento, como aquele que varreu o País de Gales, encerrando as portas dos prostíbulos e bares?

***
Hermes Fernandes é réu confesso no Genizah

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  1. Em primeiro lugar, quero dar o parabéns ao Genizah, pois observei neste momento que digito, 777 seguidores, é de fazer inveja a qualquer inFeliciano.

    Voltando ao texto do irmão Hermes, eu levanto as minha duas mãos, como indicativo de que estou disposta e faço.

    Fui muito discriminada por ser mãe solteira, muitos ousam pensar que um dia eu até tenha me prostituído, o que nunca aconteceu.

    DEUS sempre foi comigo, me deu ótimos empregos, onde sempre me destaquei, me tornando referência, de uma forma ou de outra, sou inesquecível.

    Quando digo que fiz muitos inimigos, é sério, pois todos sempre esperaram o pior de mim, mas DEUS, por amor ao seu filho, sempre foi por mim.

    Tudo para honra e glória do nome de JESUS.

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