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Ainda existe algo capaz de nos unir?



Alan Brizotti


É tão fácil enumerar o que nos separa. É tão difícil distinguir o que nos une. Aliás, há algo capaz de nos unir? O que temos hoje: unidade ou uniformidade? Não podemos confundir o "samba de uma nota só" da igreja com unidade, nem continuar buscando uma espiritualidade em série onde conhecendo um, se conhece todos. Essa fábrica maluca da celestialidade precisa acabar.

Por enquanto, o que tem "unido" grande parte da igreja é um tal de Mamon, conhece? É a vitória financeira. A bênção monetária. A unção bancária. Do (P)Edir Macedo ao Malacheia, a gente se une em torno da obesidade dos bolsos. É a abençoada R$ealidade evangelicalista do momento. É poderosa a acapacidade que essa teologia dos metralhas tem para unir.

Definitivamente não somos unidos em Cristo. O Cristo de alguns é completamente outro. O Cristo que conheço, aquele do Novo Testamento, era pobre! Pior, ele tinha a irritante mania de andar com os desprezados. Ele nunca foi entrevistado pela "Caras" da época. Ele nunca deu uma "voltinha" na liteira de Herodes. Ele era absurdamente clandestino na história do luxo. Rapaz perigoso, era odiado pelos endinheirados da época. Diferente de hoje, não?

Ironicamente, a Bíblia virou a mãe da nossa desunião! Qualquer "debate" e ela vira marca de legitimidade. Inmetro divino! Com isso, a Bíblia está, ao mesmo tempo, a favor e contra. A luz fica piscando... No Brasil há tantas Bíblias que me atrevo a prever (sem querer tomar o lugar do Cerullo) as próximas edições, seguindo a linha do bizarro: A Bíblia do Demiurgo. A Bíblia do preguiçoso (essa é legal, já vem com os textos devidamente distorcidos). A Bíblia do neopentecostal (vem com invencionices para os doze meses do ano). Imagine como seriam as ilustrações das capas rsrs!

Acredito que uma das coisas capaz de nos unir hoje é a dor! Mesmo nos movimentos mais bizarros, há pessoas com dores sinceras. Pessoas que realmente sofrem. Por elas é que escrevo. Na blogosfera cristã um número demasiado de feridos lamenta todos os dias. Escrevo em dor. Graças a Deus que a Bíblia - a genuína - nos garante a presença do Consolador, aquele que consola-a-dor. Essa unidade do gemido pode produzir algo bom: a busca por um genuíno avivamento! Algo que nos devolva o quebrantamento e o senso da Presença Santa de Deus.

Clamemos por um avivamento! Um despertar da alma para o senso do pecado. Uma busca por resgatar a verdade nos púlpitos e nas ruas. Um retorno às Escrituras e à oração. Não um avivamentismo midiático viciado em multidão, mas um avivamento no melhor sentido da palavra "trazer de volta à vida". Quando o avivamento for nossa busca, estaremos caminhando a passos largos na estrada da unidade. Que nossas dores encontrem ressonância uns nos outros, gerando o milagre da mutualidade, do abraço, do pertencer numa sociedade da indiferença.

Unidos no avivamento genuíno, a pergunta muda: há algo capaz de destruir nossa unidade?


***
Alan Brizotti é o mais novo conluiado nas atividades subversivas de Genizah.
Prática cristã 3226940488231414964

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  1. O que chamamos evangelho hoje tenta aproveitar o poder de Deus vinculando-o às prioridades da autocentralização. Sentimentos de prazer e de conforto, brotando de circunstâncias agradáveis e experiências suaves. Cristo nos chama ao discipulado - e as fileiras deles não foi muito grande nem mesmo nos tempos de Jesus - multidões, mas poucos discípulos. "Quando Cristo chama um homem, propõe que ele venha e MORRA" - escreveu Dietrich Bonhoeffer, oito anos antes dos nazistas o terem enforcado. Bonhoeffer estava certo: aceitar morrer para tudo aquilo que o ser carnal quer POSSUIR é justamento o assunto do apelo de Cristo - É O APELO DA "IGREJA" DOS NOSSOS DIAS????

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  2. É meu caro amigo, acredito que minhas revoltas foram muito bem colocadas na forma desta carta, que deveria ser encaminhada a cada cristão nesta terra. Há pouco conhecí o Genizah, assim como o Púlpito Cristão e várias outras "ilhas de sanidade" no meio de tanto lixo gospel espalhado não só na blogosfera, mas também em todo o país.

    Como postei recentemente no twitter: "Não me envergonho do evangelho, mas to com vergonha de muitos "evangélicos" por aí".

    Seguir a Cristo não requer subterfúgios, lencinhos, diplomas, mantos sagrados, óleos santos, fogueiras santas ou outros acessórios. Qualquer item desse só me faz pensar que, p/ quem os utiliza, a morte de Jesus não foi suficiente, precisa de um "algo mais", como se Jesus precisasse de uma forcinha.

    P/ que acumularmos bens materiais se somos "estrangeiros nessa terra"? se nosso tesouro está na vida que há de vir, e que este tesouro não é material, e sim o maior bem que é a comunhão plena e Eterna com nosso SENHOR? E p/ que utilizarmos de simbolismo barato e inútil, quando temos a Cristo que, sendo Deus, desceu a terra, viveu no meio de nós e morreu em nosso lugar? P/ que complicar o que é simples?

    Nosso maior mal já foi sanado, o mal da morte eterna, através do sangue do Cordeiro. O resto, enfermidades, dificuldades financeiras, decepções, sofrimentos, angústias, por mais que sejam ruins e nos abalem (falo com autoridade pois assim como todos também possuo todos estes problemas) não passam de "perfumaria". Minha cura, minha salvação, meu tesouro, estão guardados em Cristo, e mesmo que não estivessem, mesmo que nada disso nos fosse prometido, amaria a Deus e o adoraria da mesma forma, pois Ele é soberano sobre todas as coisas, e a Ele devo toda a minha vida, louvor, adoração e fé.

    Em Cristo.

    Rodrigo Heiderich

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  3. Texto fantástico do meu parceiro de ideais. Parabéns, amigão! Que Deus continue falando conosco através de sua vida.

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  4. uniformidade é algo externo - uniforme - nos lembra soldados com suas fardas - todos iguais por fora, mas completamente diferentes por dentro.
    É, o segredo é a UNIDADE - Ela fala de natureza. Fala de diversidade. Como as rosas por exemplo - há um "espírito", uma vida que as faz rosas. Mais nenhuma rosa é exatamente igual a outra.
    O quê pode PRODUZIR a verdadeira unidade - SOFREIMENTO. Talvez, talvez ele nos una. É interno... Mais creio que só temporáriamente. E sofrimento de qualquer forma ainda é algo voltado para nós. A única coisa que pode unir um povo na terra e que com isso exalte a Deus - É UMA PAIXÃO ARREBATADORA PELA GLÓRIA DE DEUS. Aí, sofrer por será até "belo" - se sofrermos por essa paixão - "Retiraram-se pois da presença do sinédrio, regozijando-se de terem sido julgados dignos de sofrer afronta pelo nome de Jesus." - (At 5.41)

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  5. SIM.... A IGREJA FLEX UNE.... rsrsrsrsrs

    A igreja FLEX é a nova modalidade do "fácil cristianismo".... rsrsrssr

    VEJA O POST: http://buscaioreino.blogspot.com/2009/09/igreja-flex.html

    Abraço

    Soli

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  6. Concordo plenamente. Acho que o foco de buscar primeiro o reino de Deus e a sua justiça, foi drasticamente mudado. As prioridades dos pseudocristãos tambem.
    1 Timoteo 6:5 disputas de homens corruptos de entendimento, e privados da verdade, cuidando que a piedade é fonte de lucro;
    6 e, de fato, é grande fonte de lucro a piedade com o contentamento.
    7 Porque nada trouxe para este mundo, e nada podemos daqui levar;
    8 tendo, porém, alimento e vestuário, estaremos com isso contentes.
    Em cristo.

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  7. Olá, a paz de Cristo, agora tenho um banner no GRAÇA PLENA. Não tão chic como o seu, mas já e alguma coisa. Se o irmão quiser pode pegar o mesmo e colocar no seu blog como imagem no gadget, e no link o url do meu blog. O seu já está no meu e se tiver banner me mande por favor.

    Joelson Gomes

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  8. Muito bem vindo para a moça aqui! Texto interessante! Como faz pensar!
    Acredito sim que a dor possa unir...aquela frase "Se não pelo amor, pela dor", embora ache esquisito, sabendo que poderíamos ser unidos em Cristo, que é só amor e verdade.

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  9. Observamos que a igreja visível está cada vez mais fragmentada e apartada do propósito do Mestre: “que eles sejam um”. No entanto, na “igreja invisível”, i.e., no corpo de Cristo formado pelos salvos, não pode haver qualquer tipo de divisão, senão deixa de ser corpo de Cristo. Afinal, como diz a Palavra: “está Cristo dividido?”
    Alessandro Cristian
    www.alessandrocristian.blogspot.com

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  10. Não temos nem unidade, nem uniformidade; e falta respeito.

    Percebo em questões mínimas, comentários, emails, que não conseguimos, algumas vezes, respeitar sequer aquele que tem uma opinião política, futebolística ou igrejística diferente da nossa.

    Como construir uma unidade se não aceitamos as diferenças; e no entanto sermos sempre tão diferentes como pessoas?

    Falta respeito, porque não existe amor.

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