O milagre do aprendiz de pregador americano
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Rubinho Pirola
Não havia muito tempo que se convertera e já não disfarçava a admiração pelos pregadores da América, daqueles de palco, com direito à performances de saltos, gritos e de gente à cair mediante um soprar ao microfone ou a abanar-lhes sobre a cabeça o paletó.
Ficava maravilhado com a possibilidade de ser usado como imaginava que foram Paulo, Pedro e os demais cristãos dos primeiros anos de cristianismo.
Foi quando a oportunidade aconteceu. Foi convidado para pregar numa grande igreja no subúrbio do Rio.
Comprou o seu melhor terno, aquele dos seus sonhos e digno de um homem de Deus.
Assistiu por dias, DVD de Benny Him, Morris Cerullo e tantos outros. E, sem descuidar-se do principal – a sua consagração – pôs-se a jejuar, a buscar Deus, a tal "unção" e ousadia que imaginava ser necessária para o tal evento.
Buscou com sincera devoção o tal dom de cura, o favor de Deus para fazer o que lia nos Evangelhos e no livro de Atos.
Queria ser usado com poder. Nada ocupava mais a sua mente e coração.
E foi assim que, deixando o seu lugar, já no lugar mais central da congregação, foi chamado finalmente para ocupar o púlpito.
O lugar estava cheio, com gente apinhada numa sala de culto com talvez, mais de um milhar de fervorosos irmãos, desafiados pela campanha de curas e milagres.
E o pregador estava ali, compenetrado. Suava um bocado, um pouco mais que o resto todo da audiência, não pelo calor fluminense ou pela arquitetura do lugar que impedia maior circulação de ar que o recomendado. Ele estava compenetrado e nervoso. Queria poder. Poder do alto. Poder para curar. Nada tirava-lhe isso do peito.
Foi quando, ainda nas primeiras palavras de saudação, percebeu uma senhora, na primeira fila, diretamente à sua frente, com olhar fixo para o púlpito. Percebeu também como ela tinha pernas excepcionalmente finas e como ela não se levantara nem quando pedira à igreja que se pusesse de pé para a leitura da Bíblia seguida da oração.
Começou a descrever detalhando os primeiros versículos, já lidos instantes atrás, começando o seu sermão, quando incomodado percebia, que seus olhos não conseguiam por muito, desviarem-se da pobre moça que continuava olhando fixamente para onde estava, e de microfone em punho, desafiava a todos a crerem na Palavra que salva, cura e liberta.
Ele aumentava a voz, não bastasse o microfone estridente, como um crente que crê realmente, mas também como aprendera com os seus astros pregadores do hemisfério norte, gesticulando, dando um ar teatral e dramático à prédica. E aquela moça continuava firme, do lugar onde estava, não lhe desgrudando os olhos.
Já não aguentando de ansiedade por ver-se cumprir a promessa que, segundo cria, milagres acompanhariam os que creem, deu um salto de onde estava e afirmou:
“Irmãos! Deus não vai curar amanhã! Deus não irá curar ao final do culto! Deus não vai curar no final da mensagem! Deus irá curar agoraaaaaaa!”, descendo da plataforma, correndo em direção à pobre senhora de pernas incrivelmente finas e paralisada com olhar fixo de onde a unção, a palavra e o pregador estavam.
Chegando-se à frente da pobre entre gritos de “aleluia, Senhor!”, “Cura, Pai!”, que o enchiam ainda mais de fé e convicção, debruça-se, nariz a nariz, e com o microfone e tudo, grita com o melhor da sua fé e dos seus pulmões:
“Em Nome do Senhor Jesus Cristo, eu ordeno-te: Levanta e anda!”.
E aconteceu!
Para o espanto de todos, que gritavam e davam aleluias, a pobre senhora de pernas mirradas e de olhar fixo, dá um salto e corre desnorteada pela sala.
No meio de alegria sincera, gritos de regozijo que inundavam a sala, o pregador novato põe, numa fração de segundos o microfone à boca de uma senhora idosa que estava postada ao lado da tal agraciada de pernas secas, enquanto essa ainda corria cambaleante pela casa, e pergunta-lhe:
“Há quanto tempo ela não anda, minha irmã?”
Constrangida a anciã dispara:
“Andar, ela anda, pastor! O problema é que ela é cega!”.
Os anos se passaram, e o pregador, agora mais maduro, tem-se aplicado mais à conhecer as escrituras do que a assistir a DVDs de pregadores.
* O nome do tal pregador foi omitido e não conto nem sob tortura
Rubinho Pirola é nosso mui amigo de fé irmão CALmarada.
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ResponderExcluirEu já vi algo semelhante. Famosa uma igreja o esposo da irmã que estava conosco era conhecidamente problemático. Todos nós sabíamos, que ele ela pancada. Durante o culto O pregador "em chamas" cismou com por causa do seu comportamento inquieto ele e disse "traga aquele irmão aqui que eu vou orar por ele". As anas e os danieis levaram.O pregador colocou a mão na cabeça dele e começou a girar enquanto orava. Zonzo pelos giros o pobre homem ameaçava cair, quando o pregado disse "irmãos o diabo se manifestou", e não perdeu tempo partindo para a famoso entrevista: "capeta, qual é seu nome". nenhuma resposta. "Fale, em nome de Jesus, qual é o seu nome?!" Dessa vez ele não ficou sem resposta: "O meu nome é bento". O detalhe é que "Bento" era o nome do pobre homem. Foi hilário, e comecei a ficar esperto com estes pregadores.