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Crianças perguntam mais ao Google do que aos pais e mestres



Danilo Fernandes


Leia esta notícia do Adnews de ontem (08/03/2012):

"Papai, de onde vêm os bebês?", questionaria uma criança há alguns anos, mas isso mudou. A pergunta correta, hoje, seria: "Google, de onde vêm os bebês?" E a gigante de buscas não titubearia, enquanto o pai provavelmente apelaria a alguma resposta que envolvesse uma cegonha ou um pé de alface.

Estudo realizado pelo Birmingham Science City c om 500 crianças entre 6 e 15 anos de idade comprovou que os tempos mudaram. Pelo menos 54% delas preferem chamar o buscador quando aparece um dúvida. Apenas 1/4 vai antes aos pais.

Se estes perderam espaço, o que dizer, então, dos professores? Dos entrevistados, apenas 3% escolhem os mestres como primeira opção na hora de tirar dúvidas. As enciclopédias também caíram, já que 1/4 das crianças sequer sabe o que é uma enciclopédia. Quase metade delas (45%) nunc a usou uma em papel e quase 1/5 não conhece dicionários impressos.

O dr. Pam Waddell, diretor do Birmingham Science City, porém, disse ao Daily Mail que essas constatações não são necessariamente ruins. "Mostram quão comuns as tecnologias digitais são para as crianças de hoje e quão confortáveis elas estão em usá-las."

Elas estão bem à vontade, mesmo. A pesquisa mostrou também que quase metade dos entrevistados usa os serviços do Google pelo menos cinco vezes ao dia.



Eu confesso que mesmo sendo um entusiasta da internet – e profissional nesta – sinto algum desconforto ao ler esta notícia. Não tanto pelo universo de informação que se abre diante dos cliques de nosso mouse e da grande transformação que isto está causando nesta geração e nas próximas. A era da informação será o grande salto da humanidade e seremos capazes de grandes coisas em Deus.

Contudo, fica o alerta para a enorme importância de, cada vez mais, estreitarmos os nossos laços familiares e sociais - reais.

Pode parecer um paradoxo, caminhar rumo a Über Globalização da informação e, ao mesmo tempo, na direção do estreitamento do núcleo primordial da humanidade – globalização X família. Contudo, não estamos diante de um trevo; de opções excludentes.

O relacionar social virtual das redes não pode servir para aprofundar mais a nossa solidão, quando poderia ser uma nova possibilidade de fomentar  relacionamentos reais em tempos de pouco tempo livre.

Da mesmo forma, a superioridade das novas formas de produção, contrução e distribuição de conteúdo não podem (e nem devem), extinguir o sentido e o propósito principal da construção do conhecimento que é nos levar a um degrau adiante  na direção do projeto de Deus para o Seu Reino -  já, aqui e agora  - e, convenhamos, um degrau adiante nos planos de Deus para o homem não é um estar mais alto em saber, mas em sabedoria; ou em poder, mas em Justiça e, tão pouco, em concentração, mas em Amor. E, tudo isto, não é fruto da santidade?

O conhecimento serve à evolução das condições humanas, ao fim da injustiça, ao alívio do oprimido e a multiplicação do Amor... Onde o cristão será usado para fazer a diferença usando a tecnologia a serviço do bem de todos, não da ganância de poucos. E o fará sendo um empreendedor com ética e temor a Deus.

O mundo precisa de líderes empresariais cristãos e, com as novas tecnologias, estes serão capazes de fazer mais e melhor. Portanto, o objetivo é difundir, na integralidade, a ética de Cristo e o progresso permitido (e iluminado) pelo próprio Bom Deus é quem entrega e viabiliza os meios de dar dignidade a todos nas suas necessidades básicas, na alimentação, no transporte, na moradia, na saúde, na higiêne, nas vias de sustento e no acesso a educação e a cultura.

Sendo assim, se a obsolescência dos meios informação é o fruto inevitável da nova era da comunicação, não podemos permitir que seja esta também responsável pela obsolescência dos meios de formação. A onda da modernidade deve servir a ética, nunca o contrário e isto não será possível se falharmos em formar as novas gerações, entregando este papel aos meios que, no máximo, tem potencial para informá-las.

Não podemos perder de vista o nosso papel pessoal e intrasferível na educação de nossos filhos e a supremacia das nossas interações familiares sobre todas as outras nesta terra e, para além, com Deus.

Vamos, sim, dar o salto que a tecnologia da informação está a nos permitir, mas vamos ter em mente que é na convivência familiar, em especial, que os fundamentos da ética são levados para as novas gerações e são provados e purificados na nossa comunhão e, nesta bigorna, são moldados os soldados que serão capazes de mudar o mundo com o coração em Cristo e o olhar no outro.

Quando os pais e os mestres deixam de ser a principal fonte de conhecimento das crianças e estas, em tão tenra idade, encontram desassistidas na internet o cimento para a construção do seu conhecimento é hora de acender a luz amarela e dirigir o olhar atento, não apenas na direção dos perigos de uma eventual ditadura da informação bigbrotheriana, mas para a nova realidade epistemológica desta era, sobre a qual, pouco sabemos, mas que a urgência de um novo mundo que chega até nós em centenas de trilhões de terabytes por milissegundo nos obriga a debruçar imediatamente. E, neste ponto, muito mais importante do que imaginar o que Piaget diria sobre este novo tempo e o aprendizado infantil é buscar, urgentemente,  o entendimento pleno do que diria Jesus.

Não iremos impedir - e nem devemos sob risco de enterrar o futuro de nossos filhos - o crescimento da importância dos novos meios na vida das crianças e nem o salto que levará jovenzinhos a colherem na seara do saber os frutos que homens maduros de outros tempos levaram uma vida inteira de semeadura para resgatar e usufruir, mas podemos, e devemos, adubar este terreno fértil com o sal dado a nós por Cristo, reservando o futuro destes frutos gloriosos para a honra de Deus. 

Oremos por isto.





 

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