Vou orar por você
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Algo acontece quando você ora por outras pessoas. Levá-los à presença de
Deus transforma suas atitudes em relação a eles e afeta profundamente
um relacionamento.
Michele Cushatt
Sentei-me à mesa, de frente para minha amiga Susan, olhando no fundo de
seus olhos repletos de profunda tristeza e fiquei pensando em como eu
poderia ajudá-la. Sua situação era algo fora do meu alcance: ela havia
sofrido inesperadas críticas por parte de antigos amigos que
freqüentavam a congregação que seu marido pastoreava. Eu não tinha
palavras para consertar os erros dos outros e nem para diminuir a dor no
coração dela. “Sinto muito”, tentei dizer simplesmente. Susan me olhou e
pediu que eu orasse por ela. Sem poder oferecer nada mais, prometi me
unir a ela no seu projeto de tornar as segundas-feiras o dia de jejum e
oração por ela e sua igreja. Mas, após sair do nosso encontro e voltar à
minha rotina maluca, será que eu realmente poderia manter minha
promessa?
Entrando no silêncio de seu interior… - Muitas vezes, quando encontro
alguém com uma necessidade iminente, ofereço a rápida frase “Você está
nas minhas orações” sem mesmo pensar se vou manter minha palavra. Orar
realmente consistiria em falar com Deus sobre a situação durante o meu
dia ocupado, sem que seja apenas cumprir mais um item de minha lista de
tarefas. Mas a responsabilidade de orar por outras pessoas merece séria
atenção, como indicam os inúmeros exemplos bíblicos.
Moisés falava com Deus regularmente da parte dos israelitas, por causa
de seu pecado (Números 21:7). Ester pediu que seu povo jejuasse três
dias antes que ela enfrentasse o rei (Ester 4:15-16). Paulo pediu aos
membros da igreja primitiva que orassem por seu ministério (Efésios
6:19-20). E Jesus passou a maior parte de seu longo tempo de oração
intercedendo apaixonadamente por nós (João 17).
Intercessão vem das palavras latinas inter (entre) e cedere
(ir) – ou seja, uma intervenção ou mediação entre duas partes com o
objetivo de reconciliar as diferenças. A chave para a intervenção
espiritual é a oração. No livro Tudo para ele, Oswald Chambers
chama a oração intercessória de “o ministério do interior” e “o real
trabalho de sua vida como alma que já foi salva”. Portanto, precisamos
ir além de nossas boas intenções e fazer com que a intercessão seja
parte vital de nossa vida na comunidade cristã.
Levantando-se na brecha - Deus nos convida a participar de seu cuidado
com seus filhos, mas temos de nos aproximar dele por parte dos outros.
Durante a vida do profeta Ezequiel, Deus ansiava por mostrar
misericórdia a seu povo através de um intercessor: “Procurei entre eles
um homem que erguesse um muro e se pusesse na brecha diante de mim e em
favor desta terra, para que eu não a destruísse...” (Ezequiel 22:30).
Minha amiga descreve este tipo de oração na brecha como “estender a mão
acolhedora para um amigo machucado enquanto seguro minha outra mão na
mão firme de Deus. Você faz uma conexão vital”.
Apesar de minhas orações alcançarem Deus, sem levar em conta seu
tamanho ou eloqüência (Mateus 7:7-12; Apocalipse 5:8), elas precisam ir
além de simples conversas ou discursos de minha parte, para que sejam
conexões a tantos que precisam.
Há algumas semanas, uma amiga perdeu a mãe. Uma mulher grávida que
freqüenta meu grupo de estudo bíblico foi abandonada pelo marido. E na
semana passada, o marido de outra amiga apontou uma arma para ela. Para
estas necessidades, minhas orações parecem ser apenas comparáveis a uma
situação onde a casa de meus vizinhos está em chamas e chego com uma
garrafa de água para ajudar. Não dou o devido valor à necessidade por
não responder ao real significado do problema.
Deus criou a intercessão primeiramente para que pudéssemos responder ao
grande problema com uma solução suficiente. Por reconhecer que as
chamas de nossa natureza pecadora nos consumiam, ele enviou Jesus, Deus
encarnado. Cristo nos ofereceu uma conexão vital: uma de suas mãos
estendida a nós e a outra segurando firmemente nossa salvação. Ele não
nos deu uma garrafa de água: ele abriu os portais de rios de água viva. E
sua intercessão por nós continua: “… Cristo Jesus que morreu, e mais;
que ressuscitou e está a direita de Deus, e também intercede por nós”
(Romanos 8:34).
Posicionados com um objetivo - Sei que as orações intercessórias de
Cristo são eficientes, mas me questiono se as minhas farão alguma
diferença. A Bíblia está repleta de exemplos de situações assim e de
orações intercessórias transformadoras. Os amigos de Jó obtiveram perdão
de Deus depois que Jó orou por eles (Jó 42:8-10). Lázaro ressuscitou da
morte quando Jesus pediu aos céus (João 11:41-42). E as portas da
prisão se abriram depois que Paulo e Silas louvaram e oraram (Atos
16:25-26).
Ainda assim, todos nós já sentimos muitas vezes que nossas orações
foram em vão. Nosso ente querido faleceu, o conflito nunca foi
resolvido, a enfermidade permaneceu. Clamei a Deus repetidamente para
restaurar a saúde de minha amiga Kate que vive com câncer no pâncreas há
quatro anos. Apesar de ter se sentido quase “normal” nos últimos meses,
esta semana me telefonou para dizer que os médicos lhe contaram que seu
oásis de saúde está secando. Enquanto chorava com ela, muitas questões
internas surgiram: Será que preciso orar com mais força? Será que Deus está ouvindo? Qual o objetivo das minhas orações?
A tortuosa jornada da enfermidade era familiar para C.S. Lewis, já que
sua esposa Joy sofreu com um câncer, conforme relatado no filme Shadowlands (Terra das sombras), baseado na relação do casal. Em resposta a este casamento de alegria e dor, a personagem de Lewis comenta: “Oro porque não posso evitar: a necessidade flui em mim. Não muda Deus, mas me transforma.”
Talvez o objetivo da oração seja mais um posicionamento do que uma
petição. A oração me move, deixo de ser o centro para que Deus e os
outros sejam o centro. Tenho orado diariamente por Kate, e passei a
enxergar minhas prioridades e meus conflitos relacionais através das
lentes de seu câncer. Agora sou grata por estar fisicamente capacitada a
ter uma agenda de compromissos em vez de me sentir sufocada com o
estresse diário. Procuro refletir a Graça de Deus aos desconhecidos e
sua paciência em relação a meus amados. A intercessão me libertou de
ficar absorvida em mim mesma (Gálatas 6:2; Mateus 5:44-45), e me
libertou de minha tristeza para que eu pudesse me engajar no ministério.
Faça parte desta experiência - Seguir o exemplo do ministério de Jesus
tem um preço. A intercessão que ele fez em nosso favor, posicionando-se
entre nós e nossas necessidades, foi algo que consumiu sua própria vida.
“Ninguém tem maior amor do que aquele que dá sua vida pelos seus
amigos”, proclamou Jesus (João 15:13). E, apesar de nossa oração
intercessória não ser comparada à oração dele, ela requer sacrifício,
que neguemos a nós mesmos, que mudemos nossos hábitos e doemos nosso
tempo para levar diante de Deus as necessidades dos outros.
Quando optei por separar as segundas-feiras para orar e jejuar pelas
questões de Susan e por sua igreja, não tinha idéia do que estava por
vir. Gosto de fazer pelo menos três refeições ao dia. Mas, quando saí de
minha zona de conforto, mudei meus compromissos das segundas-feiras e
aceitei o desconforto da fome ao me ajoelhar diante de Deus em oração,
me descobri inserida no meio da crise de Susan, chorando suas perdas,
vivendo sua sensação de impotência, sentindo a dor de suas feridas
profundas de decepção e traição.
No entanto, este envolvimento com a vida de Susan através da
intercessão, apesar de sacrificial, trouxe também um bônus: tornei-me
intimamente conectada com Deus. Enquanto estendia uma de minhas mãos
para Susan, estendia a outra mão para que Deus nos fortalecesse. E
testemunhei a atuação de Deus no meio da crise: vi sua preocupação,
senti sua presença e acreditei em seus propósitos.
Também descobri a motivação para a questão sacrificial, arriscada e
muitas vezes exaustiva da intercessão: o amor de Deus (Romanos 8:34,
9:1). Philip Yancey, em seu livro Oração: ela faz alguma diferença?, explica o efeito do amor: “Quando
oro por outra pessoa, estou orando para que Deus abra meus olhos para
que eu veja aquela pessoa como Deus a vê e então entrar no canal amoroso
que Deus já direciona para aquela pessoa. Algo acontece quando oro por
outros desta maneira. Levá-los à presença de Deus transforma minhas
atitudes em relação a eles e afeta profundamente nosso relacionamento.”
Aprender a amar uns aos outros da maneira que Deus nos ama nos leva a
fazer coisas que nunca havíamos considerado. Quando não temos
habilidade, nosso coração se enche de bondade. Somos cheios de compaixão
quando gostaríamos de ficar omissos. Somos libertos de nossas agendas
lotadas quando percebemos que um amigo, ou até um inimigo, precisa de
nossa intercessão. E se tememos não ter amor suficiente para esta
tarefa, podemos clamar ao Autor do amor para derramar sobre nós amor
direto de seu coração para o nosso, conforme nos abrimos para este
apaixonante ministério de nos levantarmos em oração na brecha.
Michele Cushatt é professora bíblica, escritora e conferencista. Mora com sua família no Colorado, Estados Unidos.
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Adoreiiii . nossa tudo que estava precisando , vou copiar um trechos e postar no meu face pois uma palavra de benção como essa tem que levada aos quatros cantos da terra .Que Deus continue te abençoando grandemente !bju
ResponderExcluirmuito bom!!
ResponderExcluirolha infelizmente as musicas e sermões de hoje fica dificil nós pensarmos nos outros quando a mensagem é toda individual ou seja vc vai ser um vencedor, deus vai te dar, os seus inimigos estão proibidos de morrer, etc..
mensagens egocêntricas, cujo valor é satisfazer o sentimentalismo do crente individo e nunca a igreja. as musicas e mensagens não são para a igreja e sim pro individo.
isso tornam as pessoas egoistas, ensinam a não viver o que Jesus ensinou: amar os nossos inimgos, quando a mensagem é desejar ver nossos supostos inimigos humilhados perante nós.
e quando intercedemos por alguem isso derruba toda sensação de triunfalismo pois alguem esta precisando de nossa intercessão.er viver com realidade das nescessidades dos outro em nossas vidas.
que possamos relament
Luciane:
ResponderExcluirSimplesmente o que eu precisava ler... obrigada!