Genizah ganha um colaborador da terra dos marechais: Thiago Lima Barros

Thiago me procurou com um belo texto, cheio de referências interessantes e muita vontade de colaborar com o Genizah. Eu adorei a prosa do cabra e o namoro começou. Já tinha a simpatia de ser alagoano, da terra do meu avô, outro que fez jus à tradição do estado, já que foi quase marechal, não fosse a guerra acabada, o General Alfredo Luna, herói da pátria.

E como a terra é de gente arretada, já nos primeiros artigos que mandou arrumou uma tremenda confusão por aqui. Nem tinha entrado no Genizah, já entrou num artigo cheio de ira de um certo blogueiro maluco mal medicado. E não bastasse, veio aqui prá baixo dizer que é meio brizolista, não-predestinalista, dispensacionalista, ... Vixe! Mais uma destas, eu sou barrado no meu pequeno grupo calvinista, risos.

Mas sigamos com o cortejo que isto aqui não é blog político, tão pouco denominacional. Apologética não tem partido. Somos todos cidadãos do Reino e qualquer dia destes vamos todos habitar a mesma tenda de nosso Senhor, onde, felizmente, há muitas moradas, risos. 

Em Gálatas 3:8 Paulo escreveu, “Ora, tendo a Escritura previsto que Deus havia de justificar pela fé os gentios, anunciou primeiro o evangelho a Abraão, dizendo: Em ti serão benditas todas as nações.” Gálatas 3:28 diz: “E, se sois de Cristo, então sois descendentes de Abraão, e herdeiros conforme a promessa.”

Já o Genizah, este deixou de ser um blog pessoal desde 2009, quando buscamos colaboradores e mesmo editores assistentes de outras denominações. Abrimos mão de uma linha teológica definida e posições pasteurizadas. Na ocasião, escrevi: Não precisa pensar como eu, entender como eu. Sendo uma opinião inteligente, respeitável, bem defendida, aqui estamos felizes de suscitar o debate sadio de ideias... Claro, há exceções, risos. Aos vendilhões e aos hereges é pau na lombeira! Aos defensores do teismo aberto, tambem! Tem outras, depois eu lembro, risos. De resto, respeitamos, abraçamos e acolhemos entre nossos colaboradores (ainda que eles saiam no sopapo santo entre si, vez por outra, risos): reformados, batistas, luteranos, anglicanos, pentecostais, episcopais e todos os irmãos firmes na sã doutrina, ou como disse o Apóstolo Paulo a Tito:

e apegue-se firmemente à mensagem fiel, da maneira como foi ensinada, para que seja capaz de encorajar outros pela sã doutrina e de refutar os que se opõem a ela. Pois há muitos insubordinados, que não passam de faladores e enganadores, especialmente os do grupo da circuncisão. É necessário que eles sejam silenciados, pois estão arruinando famílias inteiras, ensinando coisas que não devem, e tudo por ganância.

1 Tito 9-11 

 Danilo Fernandes

Thiago, por ele mesmo:

O Caçador Feroz, mirando na Verdade

Olá, subversivos do Reino de Deus! Vou me abancando por aqui para tomar parte nessa Resistência vitoriosa à apostasia hodierna, sobejamente profetizada pelos (verdadeiros) apóstolos.

Antes, porém, permitam que eu me apresente: Sou alagoano de Maceió, nascido aos 02 de maio de 1982, numa casa de servidores públicos. Meu pai, Carlão, da Previdência; minha mãe, Aparecida, professora da rede estadual. Para os marotos que insistem em lembrar Alagoas como a terra de Collor (que é carioca) e PC Farias, lembro que também nasceram por aqui Antonio Teixeira de Albuquerque (primeiro pastor batista brasileiro), Graciliano Ramos, Jorge de Lima, Floriano Peixoto, Aurélio Buarque de Hollanda, Djavan, Deodoro da Fonseca, Hermeto Pascoal, Pontes de Miranda, Nise da Silveira... Vou parar a lista por aqui, senão vão me chamar de convencido!

Mas também sou pernambucano honorário, graças ao casamento com minha princesa Daniela, nascida no Cabo de Santo Agostinho há quase 28 anos, filha dos pastores Mário e Josefa, do Ministério Evangélico Nova Vida, igreja independente, daqui de Maceió: sogros que têm sido pais para mim.

Crente desde tenra idade, como se diz e se ouve no meio pentecostal, aprendi a trilhar os passos do Divino Nazareno por intermédio de minha mãe, desde sua conversão, quando eu tinha 3 anos. Congregamos até o início de 2010 na Igreja Cristã Maranata, onde aprendemos mais a como não realizar a obra de Deus do que o contrário.

Foi justamente por testemunhar esse quadro desolador, e também a patética apostasia pseudopentecostal, que meu espírito começou a se inquietar em meados da década passada. Mesmo já sendo pentecostal por formação, recebi um avivamento cibernético (se é que isso é possível), lendo textos deste blog e de outros, como o do pastor Ciro Zibordi. Sem eu saber, a apologética entrou de vez na minha vida.

Sendo inevitável o desligamento da ICM (ocorrido após o nosso casamento, em agosto de 2009), fomos para a igreja dos meus sogros. Mas o Pai nos chamou para outra missão: o Pastor José Carlos dos Santos, dirigente da congregação Maranata à qual eu pertencia (Jatiúca I), e que compartilhava comigo das mesmas angústias relativas à denominação, anunciou na primeira EBD de 2010, em 03 de janeiro, o seu desligamento da igreja.

Exatas quatro semanas depois, nascia a Igreja Bíblica Nova Aliança. No mesmo dia, fui separado para o diaconato, e Danny para a tesouraria da igreja, e lá permanecemos, sempre pregando o Evangelho puro, sem o fermento tóxico e letal dos fariseus e saduceus contemporâneos, aliás fugindo dele.

Em Roma, como os romanos: virei barnabé tal e qual meus amados pais. Fui aprovado nos concursos do Banco do Brasil (2003), onde tive uma passagem relâmpago de 22 dias no fim do ano seguinte, e do Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (2004), para onde fui convocado logo depois, e onde trabalho até hoje. Enquanto isso, me preparo para outros concursos de carreiras jurídicas, especialmente uma das mais duras carnes de pescoço desse meio: o de juiz federal. Antes disso, Deus me fez bacharel em Direito pela Universidade Federal de Alagoas (turma de 2004).

Sempre gostei de estar entre família e amigos, embora também goste de curtir o aconchego do lar com a Danny e o Daddy, nosso pit bull, do mesmo jeito que fazíamos com nossa finada labrador Neguinha, de saudosa memória. Com a Danny, aliás, pretendo lançar, dentro em breve, o blog “Coisas de Casal”, que será uma vitrine dos nossos textos sobre os mais variados assuntos.

Devorador de livros, com DNA de traça, tenho uma biblioteca de responsa em casa, mas ainda não dei conta dela toda. Em termos de literatura, sou onívoro: teologia, história, literatura em geral (Machado, Stendhal, Cervantes, Neruda, etc.) e revistas automobilísticas, cujas mais antigas vão periodicamente para o alfarrábio, senão elas ocupariam a casa toda... Aliás, esse ecletismo me acompanha também no campo musical: gosto de quase todos os estilos (desde que a letra seja boa e não invoque o Chifrudo) e de praticamente tudo o que se refira à música eclesiástica (sem heresias, por favor). Também atuei nos grupos de louvor da ICM (baixo-barítono), inclusive como solista.

Apesar de estar muito acima do peso (embora não aparente tanto), gosto da boa mesa, acompanhada de uma boa conversa. Posso morrer de qualquer coisa, menos de fome: encaro a cozinha numa boa, especialmente para fazer um bom macarrão – quem já comeu, aprovou!

Na política, estou no campo da esquerda democrática, ou social-democracia (quase um brizolista), muito embora não possa me filiar, por causa do trabalho, a nenhum partido político. Mas isso não significa que eu compre pacotes ideológicos prontos. Submeto-os, antes, ao crivo da Palavra de Deus, o que me faz rejeitar ideias falsamente progressistas, como a liberação do aborto e do consumo de drogas e o casamento gay. e abraçar as demais, como a defesa da igualdade de oportunidades, a distribuição de renda, a proteção dos mais necessitados, o fortalecimento da educação e da assistência à saúde, entre outras. Em resumo, observo de tudo e retenho o bem (1 Ts 5:21), julgando segundo a reta justiça (Jo 7:24)

Quanto à visão teológica, sou pentecostal clássico, não-predestinalista (desconsidero tanto a soteriologia de Calvino quanto os excessos voluntaristas de Armínio), pré-tribulacionista, pré-milenista e dispensacionalista – para alguns, eu seria quase um herege semipelagiano, risos. Mas tenho um enorme pleito de gratidão para com a herança reformada, bem como por todos aqueles que, mesmo se mantendo em seus posicionamentos, abandonam uma postura de hostilidade para cultivar um relacionamento respeitoso e colaborativo. Até porque temos uma ortodoxia comum, centrada na Bíblia Sagrada, que busca uma vida santa, a glorificação do nome do Deus Triúno, a ânsia por um avivamento chancelado por Ele e o zelo piedoso pela sã doutrina, o que nos torna combatentes comuns do engano neopentecostal e de suas heresias mortais e zombadoras das Sagradas Escrituras.

Por fim, sou grato a Deus por essa porta que Ele me abre para a exaltação do Seu Santo Nome. E ao Danilo, que confiou no meu trabalho e me deu essa chance. Agora, vamo que vamo, prosseguindo “para o alvo, pelo premio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Fp 3:14)!