Genizah Entrevista: Jonathas Moreira - recomeçando missões aos 80

Ministro jubilado da Igreja Presbiteriana Americana, este servo iniciou, após 51 anos de ministério, um profícuo projeto missionário que já enviou mais de 1500 voluntários, desde os Estados Unidos, em viagens evangelísticas e humanitárias aos habitantes das regiões ribeirinhas da Amazônia.

 

O Rev. Jonathas Moreira é ministro jubilado da Igreja Presbiteriana Americana (PCUSA), após 51 anos servindo tanto a Igreja Presbiteriana Independente do Brasil como a PCUSA. Pioneiro na abertura de igrejas brasileiras na região da Flórida Central, é doutor em Administração Eclesiástica e em Administração Hospitalar, tendo construído, antes de sua segunda vinda para os EUA, o Hospital Samaritano de Campinas, SP. É o fundador, juntamente com sua esposa Dra. Lilian Mello, da World Hope Missions Ministry.

Desde sua aposentadoria em 2003, mesmo prestes a tornar-se um octagenário, tem liderado viagens missionárias e humanitárias, oferencendo assistência espiritual, médica, odontológica, educacional e social aos habitantes das regiões ribeirinhas da Amazônia. Mais de 1.500 voluntários cristãos americanos já participaram de suas viagens evangelísticas que são feitas em parceria com a Igreja Presbiteriana de Manaus, dona dos barcos médicos.

Entre os projetos desenvolvidos pelo ministério do Rev. Jonathas está o Renascer para a Vida, idealizado por sua esposa e com foco nas crianças que tem lábio leporino, abertura na região do lábio ou palato. Entre os fatores para a má formação está a deficiência nutricional, comum entre as populações atendidas pela missão. De acordo com Jonathas, muitas meninas, rejeitadas em casa e na escola, por conta do lábio leporino, fogem para a floresta, onde acabam morrendo, devoradas por feras ou suicidando-se. Na última Semana Santa, equipes da USP e da Universidade de Brasília realizaram 25 cirurgias de lábio leporino.

Bispo Hermes Fernandes, colaborador do Genizah conduziu a presente entrevista.

Pastor, quando se pensa em missão no Amazonas, a primeira pergunta que vem à mente de qualquer um de nós é o que o senhor tem para nos contar sobre nosso “índio”. Teria o senhor alguma coisa diferente a acrescentar àquilo que já sabemos? 

R – Não, eu não teria nada a acrescentar mesmo porque, o nosso “foco” ou nosso objetivo não é o índio, mas o grande número de patrícios nossos que vivem às margens dos rios da Bacia Amazônica, que são conhecidos com “ribeirinhos”.

Ah...então o sr.não vê índios?

R- Sim, nós os vemos, mas eles não são o objetivo primeiro do nossa preocupação. Os índios têm o cuidado e a supervisão da Funai, mas os ribeirinhos estão literalmente abandonados. E é à eles que oferecemos nossos serviços.

Eles são muitos? E que tipo de serviços sua missão oferece a eles?

R- Estima-se que entre Manaus e Belém, às margens do Grande Rio Amazonas, vivam 1.7 milhões de ribeirinhos precisando literalmente de tudo. Vivem do que o Grande Rio lhes dá e sofrem com a falta daquilo que o mesmo lhes toma. São carentes de melhor alimentação, de escola que lhes ensinem, não somente a ler e escrever, mas principalmente que lhes ensinem a preservar tudo o que o Rio lhes dá, incluindo sua incrível beleza. Procuramos dar escolas, levamos médicos, remédios, dentistas, etc. Cuidamos da sua saúde, mas levamos também o amor que colhemos na leitura das Escrituras Sagradas. Procuramos ensinar a eles o espírito de gratidão, após lhes falar sobre Jesus Cristo, que lhes é apresentado em um culto público no final do dia, antes da nossa partida.

Como é uma viagem? Vocês comem e dormem nos seus barcos? Seus visitantes voluntários Americanos não reclamam da falta de conforto?

R-Sim, nós desembarcamos no aeroporto de Manaus e vamos, via de regra, diretamente para o barco que já está com sua tripulação a postos e com tudo pronto para ficarmos longe da grande cidade por uma semana. Como a viagem é bonita, a comida é deliciosa e muito bem feita; como todos estão rodeados de pessoas até então desconhecidas mas agora, missionários que deixam suas casas confortáveis, suas familias, às vezes, suas escolas, suas diversões, suas Igrejas etc., para dar de si numa semana de ajuda ao próximo, seu comportamento passa por uma incrível transformação. Conversando com todos, querem saber de tudo e são contagiados pelo amor que é visto no trabalho de cada um. Não é fácil trabalhar no barco debaixo de um calor intenso na linha do Equador.

O barco médico tem relativo conforto...ar-condicionado nas áreas de trabalho como, consultórios médicos e odontológicos, salas de curativos, recepção e etc. Há os que tentam experimentar a rede tão típica do Amazonense! As cabines acomodam razoavelmente bem 2 ou 4 pessoas. Agora, terminada a reforma do nosso melhor barco, o “JJ”, vamos poder aumentar o número de voluntários para 30 no total. Com isso esperamos poder diminuir o custo da viagem.

O dia começa com o café da manhã que é servido às 7 hs. Há uma parte devocional às 7:30 e em seguida os pequenos grupos já formados e orientados, iniciam o que foram fazer ali.

O senhor teria um lugar para mim no barco? Como faço para ir ajudá-lo?

Deixo aqui meus telefones e meu e-mail. Entrem contato comigo e arranjaremos sua viagem. A missão é sustentada por aqueles que vão na viagem. O dinheiro que pagam, complementa o orçamento da viagem. Caso contrário a Igreja de Manaus, não teria condições de oferecer ao ribeirinho tudo quanto ela oferece. Ao telefone faremos o possível para que você possa pagar, aproveitar e nos ajudar estendendo ao ribeirinho as suas mãos que, por uma semana, Amazonas a dentro, serão as “Mãos de Jesus”, tocando nos corpos doentes e nas vidas carentes do amor Cristão. 

Venha conosco.

Você nunca mais será o mesmo!

Jonathas Moreira World Hope Missions Ministry

jmoreira@amazon-mission.org

www.amazon-mission.org 

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