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O vento da Misericórdia dissipará a tribulação.


Antônio Carlos Costa



"... Sede pacientes na tribulação...". Essa é a recomendação bíblica. Nas horas em que o cosmos parece se voltar contra nós, não podemos permitir que as circunstâncias adversas da vida nos roubem a paz. Qual a razão de ser dessa injunção, tão claramente ensinada em diversas passagens das Escrituras?

1. A tribulação é como uma tempestade. Vem e passa. Amigo, vai passar. Aguarde.

2. O amor de Deus também está presente nos vendavais que passam pela nossa vida. Quem disse que toda essa sorte de sofrimento é completa maldição: mal do qual não se pode tirar nenhum bem?

3. O que adianta nos rebelarmos contra o que Deus decretou? Como mudar o curso da providência? E, se nos fosse possível, seria sábio fazê-lo? Teria sido bom para José poder ter evitado a sua venda como escravo para o Egito? Valeria a pena, deixarmos de ser governados por um ser onisciente, todo-poderoso, santo e que tudo faz para a felicidade do seu povo e glória do seu nome?

Portanto, o que nos cabe fazer nas tribulações?

1. Orar. A oração arruma a vida mental, nos traz serenidade e faz-nos ver a vida pela perspectiva do otimismo-realista da fé.

2. Buscar a solidariedade humana. A simpatia de um irmão em Cristo, pode representar o sorriso de Deus para a nossa vida.

3. Evitar tomar decisão que vai afetar radicalmente o futuro da vida, sem que estejamos no melhor da nossa condição emocional e espiritual. Nessas horas sentimo-nos tentados a decidir, muitas vezes movidos pelo desejo inconsciente de fugir da fonte de sofrimento.

4. Fugir de toda autocomiseração. Falo sobre, ficar com pena de si mesmo. Quem sabe, até ao ponto de buscar consolo no pecado.

5. Aplicar a fé. A fé nunca age automaticamente. Tem que ser aplicada na nossa vida. O que vai representar sempre, a capacidade de aplicarmos o que sabemos ser verdadeiro às circunstâncias adversas da nossa dura, curta e incerta existência.

Essa é uma mensagem simples. Que estou pregando para mim mesmo, antes de tentar pregá-la para você. Essa semana está difícil. Sinto saudade de Deus. Vontade de parar tudo, ir para algum mato e ficar na presença do meu divino prazer.

A razão? Nada desesperador. Longe do que muitos irmãos de fibra estão passando, sem ceder um milímetro sequer ao mal. Sei que tudo poderia ser pior. Detesto o pecado da murmuração. Não tenho esse direito. Olho para o lado e sei que não posso chorar. Falo de agenda cheia, falta de recursos para o ministério, carência de gente disposta a trabalhar, noites mal dormidas, decisões difíceis de tomar, espanto em razão do meu contato diário com a estupidez humana, perplexidade face à futilidade de quase tudo que é feito debaixo do sol, dificuldade de regular o tempo, falta de respostas para problemas concretos, ingratidão humana, sofrimento de pessoas que me são próximas, crises crônicas de sinusite, luta contra o pecado, dificuldade de encontrar igrejas que encantem.

A lista de benção é muito mais extensa. É como sair da tenda com Abraão e tentar contar as estrelas. Mas, quem disse que a fé nos impede de sentir o calor da travessia, ter calo nos pés, ansiar por sombra, experimentar sede e desejar cruzar o Jordão para chegar em casa?

Um consolo para nós dois: percebo na experiência de muitos santos de Deus, bem como na minha própria vida, que períodos de grandes bençãos costumam ser antecedidos por grandes lutas e tentações. O que será que Deus está reservando para você e para mim?

Desde a minha infância, por causa da ligação com o mar, todos os dias fico atento ao vento. Aqui no Rio, quando sopra o sudoeste, todos sabemos que vem ressaca, frio e chuva. Quase que invariavelmente, acontece depois de alguns dias, de soprar um vento que vem de Niterói, o chamado vento-leste, que limpa o céu, traz o sol e aquieta o mar progressivamente. As noites, depois dos dias de sudoeste, são as mais belas e estreladas. O mar, bem mais azul. As montanhas, mais verdes. Pode-se ver ao longe, da Baía da Guanabara, a beleza da serra. Esses dias são os mais límpidos. A vida é de sudoestes e lestes.

Será que o vento leste da misericórdia, não está prestes a lançar para longe as nuvens grossas que o sudoeste da tribulação trouxe, a fim de que tenhamos a noite mais estrelada da história da nossa vida?

Somos crentes. Não vamos precisar matar a promessa. Deus proverá.



Rev. Antônio Carlos Costa é pastor da Igreja Presbiteriana da Barra,
presidente do Rio de Paz e colaborador do Genizah
Artigos 5781914948469090072

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  1. Deus te abençoe Antônio!

    Não estou vivendo tempos de sudoeste, ao contrário, minha tempestade finalmente se dissipa e as estrelas brilham no Céu.

    Mais do que nunca devo dobrar meus joelhos e agradecer ao Senhor que não ouviu minhas vãs murmurações e me sustentou nas tribulações para que agora eu possa viver dias lindos de sol.

    Não é a praia que meu coraçao desejou, mas é coisa muito melhor. Um belo vale numa serra linda de uma beleza que nem sabia que havia, que bom que temos este Deus Santo que nos prepara bençaos maiores e melhores do que aquelas por que oramos!

    Melhor mesmo confiar e nao murmurar pelas portas que se fecharam, pois grandes são as bençaos que Aquele que nos ama mais planeja para as vidas dos que se poe sobre Sua dependencia em disciplina, fé e Amor.

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  2. Quero deixar aqui o meu abraço para o Antônio Carlos e agradecer pela mensagem tão simples e tão franca!
    Excelentes "dicas" do que podemos fazer nos tempos de tribulação... é sempre muito bom lembrar de cada um desses pontos.

    E que o vento leste da misericórdia sopre sobre sua e nossas vidas!

    Que o amor e a graça possam reinar sempre!

    =]

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  3. alegrou meu coração lendo essas palavras,
    parabéns pelo texto irmão Antônio!
    um abraço.

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  4. O vento não sopra sempre na mesma direção e por isso a tempestade sempre passa.


    Linda postagem.

    Abs
    Lene

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  5. Bela e oportuna mensagem para minha vida.
    Tribulações nos fazem crescer, amadurecer, adquirir novo fôlego para prosseguir.
    Aos poucos vamos nos aperfeiçoando, sendo moldados no "fogo" da nossa leve e momentânea tribulação. Glória a Deus.

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  6. Me orgulho em Deus por saber que nEle "há um rio cujas águas alegrem a cidade de Deus"... Sinto-me saciado face às tribulações deste tempo presente com este texo do nosso querido Antônio, que venho acompanhando há algum tempo. Como ex-aluno do Seminário Escola de Pastores tenho observado o Antônio como um grande expoente da "práxis teologica" num desafiante tempo do século 21. Deus abençoe!

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