Se Deus (também) é Brasileiro, samba no pé!
http://genizah-virtual.blogspot.com/2010/08/se-deus-tambem-e-brasileiro-samba-no-pe.html
Leandro Barbosa
O brasileiro é um narciso às avessas, que cospe na própria imagem. Nossa tragédia é que não temos o mínimo de auto-estima. - Nelson Rodrigues
Já há bastante tempo percebo em meu coração brotar uma questão relacionada à minha identidade como Cristão, mas especificamente como um cristão brasileiro. Desde muito cedo em nossa vivencia religiosa somos condicionados a ouvir, ler e, como músicos, tocar em nossas igrejas materiais que não são produzidos no Brasil, a maioria importada (e traduzida) dos Estados Unidos. E com a utilização contínua destes materiais passamos a adaptar à nossa cultura, uma litúrgia “gringa”, que na verdade, não tem relação com o dia a dia de nosso povo.
É comum hoje em nossas Igrejas cantarmos traduções de grupos estrangeiros como Hillsong, Hossana Music, Vineyard, entre outros, que não deixam de ser grupos que expressam com qualidade e beleza as suas canções, mas fica sempre em meu coração uma pergunta: Onde esta o espaço garantido em nossa liturgia brasileira para os nossos salmistas e poetas com cheiro e jeito de Brasil?
Sinto em muitas reuniões que visito, que em meio ao período de musica sou descaradamente transportado para outra cultura, e no momento da reflexão ouço vozes de gente que não sabe a realidade e a dor do dia a dia de nosso povo. Já cansei de ver púlpitos inspirados por “profetas” que falam uma linguagem de outro povo que não é o meu, e ver igrejas cheias de cantores que cantam uma música que não é a nossa, e sempre fica a pergunta: Em que país estou?
Às vezes me parece que nós criamos um tipo de rejeição contra nossa própria identidade, e loucamente demonizamos as coisas que são nossas, o nosso sangue, a nossa raiz. Mas em parte sei que isso não é uma culpa estritamente nossa, somos ensinados assim ,e por gente que assim aprendeu, pessoas estas vitimadas por uma liturgia com identidade colonialista.
É comum observar em CDs e DVDs cristãos produzidos fora do país, os grupos estrangeiros oferecendo um momento de forte apêlo emocional adicionando à produção um coral de “índios”, “africanos” ou “órfãos” nas apresentações. Este tipo de artifício nos passa a idéia de uma cínica condescendência: O louvor elitizado produzido “lá” também pode ser compreendido pelos bichinhos de estimação de “cá”.
Não é minha intenção alimentar “anti-americanismo” ou "dor de cotovelo terceiro mundista". Estou apenas propondo um debate acerca do que é óbvio: este perfil de louvor está em total desconexão com nossa identidade.
Creio que se fosse a vontade de Deus que a nossa liturgia fosse refém de outra cultura, porque haveria de ser a dos EUA? Temos a nossa própria identidade, nas raças, no clima, na cultura, na história, etc. Um multicolorido que nos torna uma nação única no mundo.
Gosto de pensar no Céu multiforme, multicolorido, multimusical, multicultural, onde há espaços para todos, cada um do seu jeito e da sua forma, com sua alegria e emoção, mostrando pro Pai a beleza do que ele criou, explicando o porquê todas as flores do mundo não são amarelas, mostrando que nosso Deus é colorido.
É tempo de refletir e reencontrar a nossa identidade no louvor. Resgatar esta brasilidade linda, aprendendo que o rock não é do diabo e nem o samba também. Parar de ser “cover” artista gospel americano e assumir o Brasil, seja como “músicos ou pastores”. Estamos nesta terra para sermos Brasileiros; ou melhor: Brasileiros cristãos, de chinelo havaiana e tudo. Inspirados e orgulhosos, não para rejeitar o que nossos irmãos estrangeiros são, mas vivendo o que somos.
Samba pra Deus - (Luís Arcanjo)
Ah, Quando eu era menino eu quis
Quis cantar samba pra Deus ouvir
Mas alguém cruel me disse que
Deus não gostava de samba e ai
o meu coração menino chorou
e o que eu vou cantar pro meu Senhor
Se meu samba é meu melhor
Me senti frustrado, triste e só
Chorei escondido e enquanto escondido insistia
Cantando pra Deus e batendo na lata vazia
Eu não saberia explicar a certeza que vinha
Que Deus lá do alto ouvia, gostava e sorria
Ah, deixa eu cantar do jeito meu
e se eu dançar vai ser pra Deus
Só pode dizer o que é isso alguém que sentiu
Deus ouve além de uma canção
Sabe o que vem do coração
O que há de errado em cantar um som do Brasil?
Ah, Quando eu era menino eu quis
Quis cantar samba pra Deus ouvir
Mas alguém cruel me disse que
Deus não gostava de samba e ai
o meu coração menino chorou
e o que eu vou cantar pro meu Senhor
Se meu samba é meu melhor
Me senti frustrado, triste e só
Chorei escondido e enquanto escondido insistia
Cantando pra Deus e batendo na lata vazia
Eu não saberia explicar a certeza que vinha
Que Deus lá do alto ouvia, gostava e sorria
Ah, deixa eu cantar do jeito meu
e se eu dançar vai ser pra Deus
Só pode dizer o que é isso alguém que sentiu
Deus ouve além de uma canção
Sabe o que vem do coração
O que há de errado em cantar um som do Brasil?
Em Emeugência divulgado no Genizah
Título Original: Deus (também) é Brasileiro!
Texto adaptado por Genizah
Título Original: Deus (também) é Brasileiro!
Texto adaptado por Genizah
Danilo Fernandes comenta:
Alguns irão argumentar, e com razão, que o LOUVOR não é para o homem, mas para Deus de maneira que o ritmo e até a qualidade da execução são secundários.
É Verdade. Ninguém discorda disto, ao contrário: Que bom seria se não insistissemos em produzir heresias em forma de música e um louvor antropocêntrico e triunfalista!
Mas não é assim.
A música gospel é um produto que procura atender aos anseios do mercado, como qualquer outro produto e, lamentavelmente, quando esta produção é trazida para os nossos cultos, para ser oferecida em Louvor, não é feito o filtro necessário: Muito pouco do que está ai rotulado de "gospel" ou "não gospel" se presta ao louvor à Deus.
Entendendo que ao Senhor devemos nos voltar e entregar o nosso melhor em dons, emoções, amor, viver, arte, música, etc., pois Dele recebemos tudo para Sua Honra e Glória, então, que seja o nosso melhor. Se louvor, não apenas o melhor dos outros povos, mas o NOSSO melhor. Seja samba, pop, jazz, hino, rock, sertanejo, folk ou baião; desde que dado com Amor e respeito ao Pai, a quem devemos toda a honra e louvor.
Não vejo nenhum problema quanto a ser louvar a Deus com os ritmos de nossa cultura.O sambinha em questão é bonitinho."Tudo o que fizermos seja para a Glória de Deus".Assim sendo,que o Pai dê muita inspiração aos nossos irmãos de cada região.Que todos,usem os ritmos de suas regiôes,para o louvor a Ele.
ResponderExcluirOieeeee
ResponderExcluirEntão, continuem fazendo samba pra Deus, e continuem entregando mesmo enfrentando preconceitos e desdens. Nunca vai mudar essa postura da igreja, sempre discriminarão.
bjs
Muito bom este samba! Tá de parabéns Luiz Arcanjo!
ResponderExcluirÉ verdade que mal tem, de louvar a Deus com os ritmos dos tambores do afrouxé, dos tambores e ritmos da umbanda, candomble, quem sabe tocar para louvar a Deus no ritmo rock pesado do sepultura, afinal de contas, tudo feito com excelencia para Deus é louvavel, da para ver até a grande experiencia do diante do trono no ritmo baiano, parecia que estava em um culto do candomble, mas o que importa é que a letra exalta ao Senhor, vamos adiante, ja nao basta nos decaracterizar no ambito doutrinario, com tantas heresias, destes loucos neopentecostais, irreponsaveis e ladroes, ainda querem acabar com o pouco que nos sobra no louvor, que Deus tenha misericordia de nós.
ResponderExcluirMIss. Gilberto - Santo Tome Argentina
Mto bom o texto sobre música. Temos visto uma banalização e eu poderia até dizer uma prostituição da música, inclusive no meio dito "gospel" (confesso que tenho repudiado essa palavra ultimamente).
ResponderExcluirMas realmente a música nesse meio tem sido feita não para o louvor dAquele que a criou, mas para um mercado cheio de exigências e banalizado... se muitos púlpitos estão banalizados, não é difícil imaginar quão banalizado está o louvor e adoração ao Criador.
Quem já teve um mínimo de contato com gravadoras, estúdios de gravação, pode me validar que os termos são: "quantas cópias esse cd vai vender" ou "tem que ter uma foto bem produzida do cantor na capa" ou "essa música é até bonitinha, mas não vai vingar nas igrejas".
Sou músico e atualmente faço parte de um ministério que tem levado, por onde passa, uma proposta diferente dessas que apresentei assim. Temos buscado ensinar que conceitos fundamentais como a regionalidade, a originalidade, as características de cada indivíduo, até mesmos os conceitos de um evangelho simples (o pregado por Jesus) têm sido esquecidos nas igrejas e precisamos resgar isso!! Temos ministrado canções de autoria própria. 90% das canções que levamos aos cultos por onde passamos são de autoria de um cara muito fera chamado Alexandre Khalil, lider do nosso ministério.
São músicas de boa qualidade, produzidas com muita dedicação, talento e criatividade, letra confortadoras, abençoadoras, desafiadoras e tudo mais... Algo nosso. Algo brasileiro!
Por isso, indico. Alexandre Khalil já tem um CD gravado que se chama "Contigo estou seguro". E já estamos finalizando um projeto de CD/DVD que se chamará "Seu grande amor".
Recomendo. Se alguém quiser e não encontrar nas livrarias evangélicas, entre em contato comigo que eu envio sem custos de remessa!!!
(fabianomusic@yahoo.com.br)
Um abraço
Hillsong é dos EUA?
ResponderExcluirOlá!
ResponderExcluirGostei muito da musica.
Só uma coisinha, qual é o ritmo que devemos louvar então Miss. Gilberto? Todo ritmo são retirados de alguma cultura, qual é a cultura que não está manchada pelo pecado.
O problema é quando missionários levam o evangelho para outra cultura e junto com o evangelho tambem levam a cultura de origem deles.
Vlw!
É importante não generalizarmos e falarmos em nome de Brasil. O Brasil é muito grande e o que acontece hoje no Sul talvez não seja conhecido no Norte até anos mais tarde; e vice-versa.
ResponderExcluirTalvez o escritor do artigo não saiba que;
O Samba nas Igrejas iniciou nos anos 1970 (de uma maneira mais evidente e com um LP que foi divulgado por todo o Brasil).
O Grupo Vencedores por Cristo, principalmente no LP De Vento em Popa, trouxe o melhor da música Brasileira através deste lançamento nos anos 70.
Então a verdade é:
A Música Brasileira, neste caso o samba e bossa nova (mais bossa nova no Vento em Popa) já está nas Igrejas há muito tempo.
O desáfio é:
Tocar samba, especialmente bossa nova, não é pra qualquer um. Saber quatro acordes não é suficientes... e tem o ritmo também.
Agora:
Eu, como outros já disseram, creio que Deus vê o coração... samba, ou música clássica, ou rock, ou rap, não importa tanto para Deus. ELE pode ser adorado com atabaque, pandeiro, ou orgão de tubos, ou cavaquinho, ou piano de calda... rock, pop, samba, ou frevo...
Graça e Paz meu amados em Cristo. Como sempre, o Genizah Virtual não perde em qualidade de conteúdo que edifica, informa e nos faz refletir. Sobre esse artigo eu também concordo com o pensamento do Leandro Barbosa. Só penso que devemos tomar muito cuidado com aquilo que incita a sensualidade. Claro que não para todas, mas para muitas pessoas que escutam o samba, o axé, o funk, não se importam com a letra, querem mesmo é dançar. Não podemos aceitar isso dentro das igrejas, pois o conteúdo das canções são para exaltar o nome de Deus, remir e libertar vidas, e tudo o que incita, faz apologia a sensualidade do corpo é carne e carne não move o Espírito de Deus nas nossas vidas.
ResponderExcluirÉ o que penso.