O contrato social para o desencargo de consciência.
http://genizah-virtual.blogspot.com/2010/08/o-contrato-social-para-o-desencargo-de.html
Marcos Botelho
O peso na consciência não vem apenas pela memória de ter feito algo errado, mas também é muito forte quando sabemos, mesmo que lá no fundo, que não estamos fazendo a coisa mais correta.
Olhar para Jesus, seus discípulos e os heróis da fé e para a vida radical que viveram , acaba gerando em nós um desconforto e um pensamento: como é que estamos vivendo as nossas vidas? Vivemos mesmo esta missão ou já terceirizamos?
O pior é que, com a potencialização do capitalismo e o espírito de revolução industrial onde todos têm um papel específico no processo, aprendemos afazer apenas o nosso trabalho para os outros e pagamos os outros para fazer o nosso trabalho. Deixe-me explicar.
Teoricamente, a bagunça da minha casa, pagar minhas contas no banco, cuidar da minha segurança, ir buscar água para beber no fim do dia e outras coisas, são responsabilidades, tão somente, minhas.
Mas com o desenvolvimento das cidades veio o pensamento de que eu tenho que me preocupar apenas com o que eu decidi ser a minha função, o meu trabalho, mesmo que não tenha nada a ver comigo e, que devo pagar para os outros fazerem o resto para me deixar bem.
Por isso pagamos alguem para limpar as nossas casas, taxas em bancos para pagar a nossas contas, condomínios para nossa segurança, a companhia de água para termos água em casa, e muitos outros serviços. No fim do mês vemos que o que recebemos em dinheiro do nosso trabalho, que fazemos para os outros, bate com o dinheiro que pagamos para os outros fazerem o nosso trabalho. E nessa loucura moderna vamos vivendo.
Não estou dizendo que isso está errado, eu já cresci neste círculo doido, que acredito ser possível frear, mas impossível reverter. E nem sei se de outro jeito seria melhor.
Vivemos pagando para os outros fazerem o que é nossa responsabilidade e com isso não nos pesa a consciência de não fazê-las, pois afinal de contas pagamos, e pagamos caro.
Esse tipo de pensamento faz parte da religião desde os primórdios, mas nos últimos tempos tem sido potencializado através de uma espécie de contrato social para o desencargo de consciência.
Já que eu não evangelizo mais, levamos as pessoas para a igreja para serem evangelizadas pelo pastor, afinal de contas eu dou o dízimo. Já que eu não ajudo o próximo, contribuo com o ministério de ação social, já que eu não vou sair do meu comodismo para fazer missões, “pago” para todo missionário que vem aqui na igreja para eles irem.
É lógico que isso não é uma regra com todos que contribuem, mas é algo a ser pensado, pois é esse o espírito capitalista!
Ninguém fala nisso nas igrejas, pois os dois lados, teoricamente, estão satisfeitos, os que pagam e são aliviados a consciência e os que recebem para viver fazendo as suas tarefas e as dos outros. Mas isso não quer dizer que está correto. E assim vamos vivendo um contrato social para o desencargo de consciência. Mas se fosse diferente, como seria?
Danilo comenta:
Texto espetacular do Marcos e que me lembra outra questão: Os programas de TV de telepastores.
De uma forma ou de outra, não estamos transferindo (e mal, em certos casos, pois damos dinheiro para que seja pregado um falso evangelho que fala de um "cristo" mordomo de gospelzinhos mimados e prosperidade financeira e não salva ninguem...) ao telepastor uma responsabilidade pessoal que nos foi dada diretamente pelo Senhor Jesus que nos disse: IDE e pregai o Evangelho...
Ou a tradução moderna agora é: LIGUE e semeai no ministério do UNGIDÃO para que ele faça shows e campanhas para todas as criaturas e diga as boas novas das promessas liberadas , dos milagres midiáticos e dos certificados de clubes de 1 milhão de almas...
Meu irmão, minha irmã! Ao Senhor Deus não se engana! Na hora do vamô vê, o ungidão não estará lá não... Poderá ainda estar em seus aviões ou palácios terrenos, ou já no inferno...
Olhar para Jesus, seus discípulos e os heróis da fé e para a vida radical que viveram , acaba gerando em nós um desconforto e um pensamento: como é que estamos vivendo as nossas vidas? Vivemos mesmo esta missão ou já terceirizamos?
O pior é que, com a potencialização do capitalismo e o espírito de revolução industrial onde todos têm um papel específico no processo, aprendemos afazer apenas o nosso trabalho para os outros e pagamos os outros para fazer o nosso trabalho. Deixe-me explicar.
Teoricamente, a bagunça da minha casa, pagar minhas contas no banco, cuidar da minha segurança, ir buscar água para beber no fim do dia e outras coisas, são responsabilidades, tão somente, minhas.
Mas com o desenvolvimento das cidades veio o pensamento de que eu tenho que me preocupar apenas com o que eu decidi ser a minha função, o meu trabalho, mesmo que não tenha nada a ver comigo e, que devo pagar para os outros fazerem o resto para me deixar bem.
Por isso pagamos alguem para limpar as nossas casas, taxas em bancos para pagar a nossas contas, condomínios para nossa segurança, a companhia de água para termos água em casa, e muitos outros serviços. No fim do mês vemos que o que recebemos em dinheiro do nosso trabalho, que fazemos para os outros, bate com o dinheiro que pagamos para os outros fazerem o nosso trabalho. E nessa loucura moderna vamos vivendo.
Não estou dizendo que isso está errado, eu já cresci neste círculo doido, que acredito ser possível frear, mas impossível reverter. E nem sei se de outro jeito seria melhor.
Vivemos pagando para os outros fazerem o que é nossa responsabilidade e com isso não nos pesa a consciência de não fazê-las, pois afinal de contas pagamos, e pagamos caro.
Esse tipo de pensamento faz parte da religião desde os primórdios, mas nos últimos tempos tem sido potencializado através de uma espécie de contrato social para o desencargo de consciência.
Já que eu não evangelizo mais, levamos as pessoas para a igreja para serem evangelizadas pelo pastor, afinal de contas eu dou o dízimo. Já que eu não ajudo o próximo, contribuo com o ministério de ação social, já que eu não vou sair do meu comodismo para fazer missões, “pago” para todo missionário que vem aqui na igreja para eles irem.
É lógico que isso não é uma regra com todos que contribuem, mas é algo a ser pensado, pois é esse o espírito capitalista!
Ninguém fala nisso nas igrejas, pois os dois lados, teoricamente, estão satisfeitos, os que pagam e são aliviados a consciência e os que recebem para viver fazendo as suas tarefas e as dos outros. Mas isso não quer dizer que está correto. E assim vamos vivendo um contrato social para o desencargo de consciência. Mas se fosse diferente, como seria?
Danilo comenta:
Texto espetacular do Marcos e que me lembra outra questão: Os programas de TV de telepastores.
De uma forma ou de outra, não estamos transferindo (e mal, em certos casos, pois damos dinheiro para que seja pregado um falso evangelho que fala de um "cristo" mordomo de gospelzinhos mimados e prosperidade financeira e não salva ninguem...) ao telepastor uma responsabilidade pessoal que nos foi dada diretamente pelo Senhor Jesus que nos disse: IDE e pregai o Evangelho...
Ou a tradução moderna agora é: LIGUE e semeai no ministério do UNGIDÃO para que ele faça shows e campanhas para todas as criaturas e diga as boas novas das promessas liberadas , dos milagres midiáticos e dos certificados de clubes de 1 milhão de almas...
Meu irmão, minha irmã! Ao Senhor Deus não se engana! Na hora do vamô vê, o ungidão não estará lá não... Poderá ainda estar em seus aviões ou palácios terrenos, ou já no inferno...
Semana passada mesmo passei por uma situação assim. Minha mãe chegou e disse: "Meu filho, fulano filho da minha amiga tá com a vida errante, leve ele pra igreja!"
ResponderExcluirTentei argumentar que muito mais que a igreja, ela mesma poderia ser templo pra vida daquele garoto, e não depositar na igreja a função de "converter" alguém.
Criamos esse "ciclo" religioso desde o antigo testamento... Jesus bem que tentou avisar mais foi brutalmente assassinado. Nossa geração ainda vive com esse estigma da igreja (e pastor) cmo sacerdotes, ligação entre nós e Deus.
A igreja se tornou (ou sempre foi?) uma prestadora de serviços para sua clientela (membros, irmãos).
Agora, quando falo isso, me refiro não só as igrejas da prosperidade que tanto esse blog desce o cacete. Me refiro a todas... Até mesmo as pretenças esclarescidas e cultas igrejas históricas... Nenhuma de fato chega perto de representar aquilo que Jesus queria que nós vivenciássemos... Concordo com o Yancey quando ele diz que talvez o que chegue mais perto sejam os Alcoólicos Anônimos...
O resto é apenas circo cheio de palhaços!
Acredito que a igreja como instituição seja historicamente legítima... Mas parou por aí... Evangelho de Jesus Cristo é oura coisa!
Olá qridos!!
ResponderExcluirVenho saudar a todos que contribuem para q este blog seja um "lugar" de comunhão entre pessoas que, se ainda não são, aspiram ser cristãos pensantes, inconformados e atuantes no Reino.Faz um tempinho que tô por aqui rs, mas só hj vim me apresentar: Jacy, São Luís - MA.(Prazer!!) rs. Qto ao Post, brilhante por sinal, fez efeito em mim, vesti a carapuça e qro de verdade, fazer (de fato) a minha parte. Deus tenha misericórdia rrsrs.
Sobre as Igrejas históricas, até há alguns anos atrás viajando pelas estradas via-se através das janelas as mensagens do tipo "Cristo a única esperança" escritas em grandes pedras nas encostas das estradas. Hoje, encontramos as Igrejas Renovadas praticando esta mensagem nas cidades.
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