Das trevas para a escravidão eclesiástica
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Levi Bronzeado
Dessa vez ele não resistiu. Disse para si mesmo: “hoje eu saio dessa prisão”. O cárcere do sentir-se culpado e amedrontado por tudo o que tinha praticado desde a sua mocidade constituía-se em sua maior e tormentosa treva. Na sua imaginação, o que o mantinha ainda vivo, eram as penitências que realizava para expiar uma culpa, que a cada dia aumentava mais, tal qual uma bola de neve.
Tinha ouvido por diversas vezes, através do rádio, em praças públicas, nas feiras, nos templos, os pastores falarem: “Deus é amor, Ele já fez tudo por você”. “Ele carregou todas as tuas culpas na cruz do calvário” “Se aceitá-Lo você estará liberto do fardo da culpa”.
Continuava sem entender como expiar tantas culpas que carregava consigo, sem dar em troca algo de si a Deus.
Procurou uma igreja para se congregar.
Enfim ─ disse ele ─, irei provar dessa libertação que não está associada a nenhuma sorte de sacrifício.
Enfim ─ disse ele ─, irei provar dessa libertação que não está associada a nenhuma sorte de sacrifício.
Por cinco anos conseguira muitas amizades e um bom relacionamento no meio religioso em que sem muitos problemas foi inserido. Galgara alguns postos na hierarquia da igreja. Vivia um trabalho tão intenso que raramente tinha tempo para fazer uma reflexão, ou uma retrospectiva sobre toda a transformação que vinha vivenciando.

Apreciava sempre em seus sermões, historiar como tinha sido a sua conversão: "Logo na primeira semana de crente ─ dizia enfronhadamente ─, tinha feito as suas maiores renúncias: jogado fora o cigarro, o baralho, deixado de beber e farrear até altas horas da noite.
Decorridos dez anos de atividade eclesiástica, ele tinha se acostumado a uma frenética rotina, que denominava de “divina”. Não perdia um culto. Sentia-se como se estivesse sendo cobrado por Deus quando por algum motivo perdia as reuniões na sua igreja. Foi por esse tempo que começou a se dedicar ao exercício da meditação em suas madrugadas insones.
Certa vez, em uma de suas profundas reflexões, chegara até pensar que não era um convertido, isto é, que não tinha nascido de novo. Mas, nessas ocasiões em que a dúvida sorrateiramente assomava a sua alma, algo em si dizia: “Se deixaste de fumar, de beber é porque és um crente”. Ele então se acalmava.
Na verdade, em suas horas de desvelamento, ele já vinha vislumbrando que algo não estava batendo com o verdadeiro evangelho de Cristo.
Primeiro ele notou que a igreja estava com dois tipos de pregações: para “os de fora”, ela tinha um espécie de sermão evangelístico tipo “Deus te ama”, “Deus te aceita do jeito que estás”. Para “os de dentro”, os sermões eram quase sempre ameaças doutrinárias, tipo: “Cuidado irmão! Deus é fogo consumidor”; eram ordens e mais ordens: “não faça assim, Deus pode requerer”.
Na sua visão atrofiada pela neurose eclesiástica, agora, ele não via só dez mandamentos, via mais de trinta, requerendo dele mais esforço, mais empenho, mais desprendimento. Ele ainda não acordara para entender que aquilo que pensava que era amor, na verdade, era apenas uma artificialidade com seu rol de aspectos exteriores. Aquela preocupação doentia em produzir para Deus, não passava de outro tipo de escravidão.
Para completar o quadro, ele começou a sentir medo, medo de errar, medo de tomar decisões erradas. Algumas vezes, o que surgia em sua imaginação o deixava ainda mais culpado e tenso. Perguntava constantemente para si mesmo: “Crente pode isso?” “É pecado tal coisa?”. Começou a se cobrar mais. Era tão intensa a sua vida espititual, que já não tinha nem mais tempo para o lazer com sua esposa e filhos. Achava-se tão culpado que sentia como se a ira de Deus estivesse pesando sobre sua cabeça.
Quanto mais ouvia sermões de admoestações, mais longe ficava da imagem perfeita de Deus. Por não poupar os seus erros, o sentimento de culpa ia lhe sufocando mais, a cada dia que passava. O ritual, mesmo que meticulosamente por ele executado, não era suficiente para trazer paz a sua consciência embotada pela necessidade premente de práticas expiatórias.
Ele agora se via naquela figura temerosa de criança, recebendo ordens severas do pai. Sua vida de crente parecia mais a de uma criança adotada e insegura.
Talvez, um dia, quem sabe, ele viesse a ter consciência de que as suas práticas religiosas, não passavam de uma penitência inútil pelos erros cometidos em sua vida pregressa. Um dia, talvez, ele pudesse despertar da letargia religiosa que o prendera em uma outra prisão que, tal qual a de antes o tinha condenado a viver de sacrifício em sacrifício, tentando apagar uma culpa, que só Cristo como verdadeiro amigo e irmão poderia redimi-lo.
“Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (João 8 : 36)
é incrivel como na teoria a coisa parece tão simples!!! mas tenta se desvenciliar de sua denominação e deixar de ir na "igreja" pra ver quantas "maldições" não lhe serão lançadas nas costas!!! rsrsrsrsrsrsrsrs
ResponderExcluirPaz seja com todos
ResponderExcluirAinda vejo muita gente escrava de sistemas religiosos e posso dizer que por um periodo de tempo curto, decaí da Graça de Deus para a graça do homem.
Fui salvo e liberto por Cristo, mas a igreja me convenceu de que algo era necessario. "pagar o preço". Mas hoje, tenho conhecimento pleno de que fui liberto não apenas de Satanás e o sistema do mundo, mas da igreja (entenda-se como sistemas humanos e não a igreja de Cristo, invisivel e dispersa pelo mundo) também.
Entao posso lutar pela evangelização e formação dos discipulos do Senhor. Da qual eu também sou um aprendiz.
Permaneçam na Graça e nela frutifiquem.
atalaiadocastelo.blogspot.com
nicodemos
Excelente artigo. Tocou no meu coração e senti a agonia de tal pessoa. Não é difícil sentirmo-nos assim, o difícil mesmo é sermos libertos sem nos tornarmo-nos libertinos.É possível somente em Cristo, glória a Deus.
ResponderExcluirGostaria que se possível passassem em meu blog para lerem o artigo:Você é religioso ou é salvo? Nasceu de novo?
Abraços fraternais
http://oblogdodumane.blogspot.com/2010/05/es-religioso-ou-es-salvo-nasceste-de.html
com certeza fomos salvos por Cristo para a liberdade da escravidão das leis religiosas judaicas (e de qualquer lei religiosa que escraviza). Porém a Igreja desempenha um papel fundamental na vida cristã, o pós-modernismo quer nos fazer acreditar que a Igreja é inútil e que basta eu crer e está ok. Porém no Novo Testamento precisamos observar melhor alguns detalhes: o Espírito Santo é dado ao coletivo dos crentes (1Co cap. 3 e 6), os dons são dados para edificação da comunidade. O tipo de cristianismo individualista e paraeclesiástico que vivenciamos é cria do ilumunismo e indício da pós-modernidade adentrando as portas da Igreja. Urgente é pregarmos à Lei de Deus (revelada por ele nas escrituras e útil, boa e santa! vide Romanos!) concomitante ao Evangelho (que proclama paz e perdão). Nem só a Lei, nem só o Evangelho. Não só Evangelho para fora e Lei pra dentro. Lei e Evangelho para fora e para dentro (Gl 3). Continuamos pecadores, precisamos da lei para nos acusar, mas precisamos da cruz que nos proclama o perdão. Tanto faz se já temos uma experiencia conversionista, ou não.
ResponderExcluirNovamente a Igreja brasileira desfalece por falta de teologia....
Meus irmãos já escutei coisas absurdas como: Estão passando por problemas? Problema é seu, você que está orando pouco...
ResponderExcluirOra você que eu também vou orar, vamos ver quem Deus vai atender? (Dito por meu expastor, pois ele se acha um pontinho cintilante na Terra).
Vai falar mal do pastor, olha que conheço gente que teve um tumor na cabeça por isso...
Essa é uma pérola: Só terá ceia aos domingos pela manhã, pois agora eu quero ver quem não vai vir nos cultos pela manhã aos domingos.
Creio amados nessa liberdade que Cristo nos deu. Quando saí da denominação em que eu estava acho que deram graças a Deus rsrsrsrs pois eu não engolia com farinha tudo o que eles diziam.
Vamos pregar a liberdade que há em Cristo Jesus e crescermos na Graça de Deus.
Paz seja com todos.
Meu Deus !
ResponderExcluirFalou e disse! Levi como sempre falou a verdade nua e crua.
ResponderExcluirGlória a Deus por esse blog! E por pessoas tão lúcidas e usadas pelo verdadeiro Deus para gritar o grito dos desesperados, pois nos dias atuais a tirania de alguns falsos pastores, que escravizam seus liderados com o claro propósito de perpetuar-se no poder e enriquecer-se cada dia mais, vem corroendo a igreja e inundando os consultórios psiquiátricos com crentes dessa nova geração, sentindo-se exatamente como o descrito nesta postagem. Precisávamos estampar esse texto em cada igreja, em cada lar, como um ALERTA a todos.
ResponderExcluirNo capítulo 23 de Mateus, lemos JESUS chamando os Fariseus abertamente de hipócritas sete vezes. Os fariseus explicam a lei de Moisés, mas “não fazem o que ensinam” (v. 3). Amarram fardos pesados nas costas dos outros, mas não os ajudam “nem ao menos com um dedo a carregar esses fardos” (v. 4). Copiam e amarram na testa e nos braços trechos das Sagradas Escrituras só para serem notados pelos outros (v. 5). Adoram ser tratados com respeito e chamados de mestres nos espaços públicos (v. 7). Trancam a porta do reino do céu, não entram “nem deixam que entrem os que estão querendo entrar” (v. 13). Exploram as viúvas, roubam-lhes os bens e, “para disfarçarem, fazem longas orações” (v. 14). Atravessam os mares e viajam por todas as terras fazendo proselitismo e, quando alguém se converte, “tornam essa pessoa duas vezes mais merecedora do inferno” do que eles mesmos (v. 15). Ensinam uma porção de coisas inexatas, dão o dízimo até da erva-doce, “mas não obedecem aos mandamentos mais importantes da lei” (v. 23) e têm o vício de coar mosquitos e engolir um camelo (v.24) Bíblia NTLH.
Lembra alguém que conhecemos???
Graça e PAZ, irmãos abençoados.
Dálton Curvello
http://calebe-odemolidordegigantes.blogspot.com
Já é difícil negar a nós mesmos, e acumular mais peso inútil pro nosso fardo, fica impossível aguentar. Não devemos ser escravos de igreja, de doutrinas humanas, de leis desnecessárias, mas ainda temos uma cruz para carregar, um compromisso, um alvo que é a perfeição em Cristo. Ainda que nunca seremos perfeitos, temos que buscar sempre a melhora, buscar sermos iguais a Jesus e isto requer disciplina.
ResponderExcluirÉ bom lembrarmos que sem uma vida de oração, sem vigiar, crente nenhum vence sua natureza carnal.
Não podemos entrar nesta só de aproveitar a graça e cair na negligência espiritual, de dar lugar à carne, de esquecer de que devemos permanecer fiéis, de procurar fazer a vontade de Deus acima da nossa.
Infelizmente, o difícil é encontrar o equilíbrio. Fico triste que muita gente se aproveita da graça pra cruzar os braços e "deixa a vida me levar, vida leva eu...". Temos de tratar sério o pecado, não dá pra acomodar também não.
Excelente artigo. Tenho batido nesta tecla há anos, tentando mostrar a diferença entre servir a Cristo e consequentemente ao Reino de Deus e não a homens. A maioria esmagadora de artigos em meus blogs mostram distorções que foram sutilmente entrando nas denominações brasileiras, principalmente nas AD. Líderança que se considera inerrante, campanhas absurdas, distorções das Escrituras sem fim. http://gilson-contraheresias.blogspot.com/2010/03/ensino-distorcido-por-pressuposto-ou.html
ResponderExcluirSei exatamente como é isso!!!
ResponderExcluirMas fui liberta e resgatada pela Graça de Deus!
Se alguém quiser saber a origem desse sistema opressor chamado de "instituições religiosas". Precisa ir para a origem da queda e entender as constantes peripécias do homem no intuito de sempre dominar uns aos outros, ao contrário do que Jesus ensinou aos seus discípulos.
ResponderExcluirEsta semana comecei uma série de artigos sobre espiritualidade e avivamento, onde pretendo lançar algum entendimento sobre este sistema opressor.
Leia no Blog: http://vozdoqueclamananet.blogspot.com.br/2012/03/serie-espiritualidade-e-avivamento_23.html
Abraços fraternos a todos e oro para que sejamos libertos do sistema do mundo.
giuliano miotto
servo
Ótimo texto... Parabéns!!!
ResponderExcluirO que eu, vejo hoje é curandeiros curando, os doentes, infectados.E como um hospital que recebe um doente, mas a falta de higiene do hospital contamina, o paciente com outra doença agora começa, tudo novamente. Um novo tratamento, logo após uma nova infecção.O hospital é o problema.
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