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A arte de ser livre



Ana Coutinho

Até onde eu sei, somos chamados para inclusão, e não exclusão. Se fosse assim, em vão veio Jesus ao mundo para amar, salvar e libertar os doentes e cativos pelo erro.

Muito se fala sobre o pecado, o capeta e coisas assim, mas pouco tenho visto, vivido e ouvido sobre o verdadeiro amor, a verdadeira liberdade e a aceitação do reino de Deus.

Há algumas semanas levei um "soco na boca do estômago". Ouvi que um pastor "abençõou" a saída de uma família da igreja apenas por que a jovem queria uma festa de 15 anos e ele não concordou, disse que deveria ser realizado um culto de gratidão a Deus e só, sem festa.

Poxa, mas peraí, será que é essa liberdade que a Bíblia diz? É isso que Jesus quis dizer no versículo "conhecereis a verdade e a verdade vós LIBERTARÁ"? (João 8:32) Parece que quanto mais "conhecemos" mais presos somos. Nos tornamos livres do pecado e cativos das doutrinas e leis da igreja (que muitas vezes não condizem com as leis do nosso Deus).

Claro que concordo que um culto de agradecimento a Deus pelos 15 anos de vida seja algo maravilhoso e de extremo valor espiritual, mas qual o problema com a festa? Uma família inteira deve ser julgada e condena a ponto de serem convidados a saírem da igreja por que querem festejar o aniversário da filha caçula?

Quando soube que o pastor alegava cuidado pastoral e que tudo isso era para não correr o risco de escandalizar nenhum irmão, fiquei ainda mais frustrada com a nossa sociedade cristã brasileira. Até quando vamos nos escandlizar com aquilo que não fere a Palavra de Deus e continuaremos a aceitar com facilidade a mentira, a ganância e a sede pelo poder dentro das nossas igrejas?

Tá na hora dos cristãos ajudarem uns aos outros com seus fardos de erros e pecados, e não colocar mais um jugo nas costas do irmão.

Jesus nos chama para incluir pessoas, agregar o máximo da almas, e não fazer distinção desse ou daquele por coisas tão pequenas. Lembrem-se que Jesus começou o seu ministério em uma festa de casamento. Ele não disse para aquele casal que eles deveriam ter feito apenas uma cerimônia religiosa e que o vinho acabou pra que eles vissem o prórpio pecado. Muito pelo contrário, Jesus demonstrou amor e cuidado quando se dispos a "tirar do sufoco" os organizadores da festa.

Ensinar é mais difícil do que proibir, mas é o ideal.

Pastores, líderes e afins, ensinem o discernimento, a obediência a Deus e o amor pelos perdidos ao invés de proibi-los de viver, castrando cada vez mais a nossa juventude.

Liberdade não é o mesmo que libertinagem. Precisa ser aprendida pra ser vivida com santidade. Mas não é excluindo pessoas que vamos alcançar um rebanho sadio, muito pelo contrário.

O verdadeiro discipulado está em poder mostrar os meus erros sem ser condenada por eles. É ser amada pelo que sou, e não pelos meus acertos. É entender que eu não sou ninguém, não tenho a verdade do mundo em minhas mão e muito menos conheço o coração de Deus a ponto de querer decidir por Ele.


***
Fonte: Blog Ana Coutinho


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  1. "O verdadeiro discipulado está em poder mostrar os meus erros sem ser condenada por eles."
    Muito bom o post.
    Sugiro a leitura do Livro "O Evangelho Maltrapilho", mostra a dimensão do amor de Deus por nós apesar de qm somos...
    No amor Daquele que me fez livre
    Paulo Daltrozo

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  2. Infelizmente a igreja morre de medo da liberdade por acreditarem que liberdade é uma ameaça a manutenção do poder e perder o poder, jamais...
    Contudo os fariseus são beneficiados!!!
    Deus abençoe...

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  3. Danilo não sei se o meu comentário chegou, mas

    Dizia que esse modelo implantado pela instituição é prejudicado pelo discurso de Jesus, que é uma verdadeira ameaça ao sustento e a continuídade da mesma, no modelo como está proposto de domínio e manipulação sobre o rebanho.

    Como a água e óleo são a Graça e o legalismo, não se misturam.

    Em Cristo
    Ielton Isorro
    http://clamandonodeserto.blogspot.com/

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