Direitos do consumidor religioso
http://genizah-virtual.blogspot.com/2009/10/direitos-do-consumidor-religioso.html
Valmir Nascimento
Ninguém tira da minha cabeça que em pouco tempo o Poder Judiciário criará uma nova espécie de Juizado Especial: Juizado Especial do Consumidor Religioso. Digo isso porque a proliferação do evangelho pragmático e a transformação do evangelho em produto atribuiu à fé religiosa características de verdadeira relação de consumo, onde as igrejas oferecem benesses em troca da contribuição do crente. Quanto mais você contribue, mais você ganha. Quanto mais você paga, mais você recebe.
Consumidor, segundo o CDC – C’ódigo de Defesa do Consumidor, é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final (art. 2°.).
Fornecedor, diz o art. 3°, é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.
Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial. ( § 1°)
Pelas definições do CDC, o evangelho pragmático (repito: aquele que transformou as boas novas em produto) possui indubitávelmente todos os elementos de uma relação de consumo: consumidor (religioso), fornecedor (instituições religosas representadas por seus ungidos), produto (bênção material prometida).
Creio que essa compartimentação jurídica tornar-se-á realidade a fim de se coibir a propaganda espiritual tão em voga no tempo presente, cujas igrejas estão a apregoar o relaciomento entre Deus e o homem com contornos de negociata comercial, onde cada uma das partes possui seus deveres e obrigações. O cristão entra com a contribuição, e os apóstolos, pastores, bispos etc, responsabilizam-se pelo cumprimento das promessas propaladas (carros, casas, dinheiros etc).
Acredito, infelizmente, que atualmente já seria possível a utilização do Código de Defesa do Consumidor nas relações de consumo que envolvem a religião, levando-se em consideração que muitos dos fiéis encontram-se em verdadeira posição de vulnerabilidade perante as instituições religiosas. A vulnerabilidade, aliás, é a ratio (razão) da existência do CDC, com vistas a tutelar a parte mais fraca da relação negocial. Como bem anota Leonardo de Medeiros Garcia, “a vulnerabilidade seria o marco central para que se aplicassem as regras especiais do CDC, que visaria, principalmente, fortalecer a parte que se encontra em inferioridade, restabelecendo o equilibrio contratual“. (Direito do Consumidor, p. 20/21).
Nesse sentido, portanto, vejamos, por exemplo, o que estabelece o art. 37 do CDC, acerca da propaganda enganosa ou abusiva:
Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.
§ 1° É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços.
§ 2° É abusiva, dentre outras a publicidade discriminatória de qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança.
§ 3° Para os efeitos deste código, a publicidade é enganosa por omissão quando deixar de informar sobre dado essencial do produto ou serviço.
A publicidade enganosa é aquela capaz de induzir o consumidor a erro; e a abusiva, por sua vez, é aquela que fere a vulnerabilidade do consumidor, podendo ser até mesmo verdadeira, mas que, pelos seus elementos, como anota Medeiros Garcia, ofendem valores básicos de toda a sociedade.
No caso da propaganda abusiva, como visto, temos a situação em que o fornecedor explora o medo ou a superstição do consumidor. Daí pergunto: Será que isso existe no meio religioso? Pessoas que exploram o medo, a boa-fé e a superstição (em sentido genérico) dos fiéis? Tenho certeza que sim.
Perceba, o leitor, que não estou advogando aqui a aplicação do CDC a toda e qualquer relação entre fiél e instituição religiosa. Mas, sim, naqueles casos em que líderes inescrupulosos, que não tem nenhum temor a Deus, querem lucrar muito dinheiro à custas de pessoas simples e inocentes que agem baseados na pressão e nas falsas promessas.
Casos de crentes ingressando com ações judiciais contra igrejas para reaverem “seus investimentos” já são comum no Brasil. Em Minas Gerais a Justiça condenou a Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd) a devolver a um fiel todos os dízimos e ofertas doados por ele à denominação desde 1996. A sentença, da 13ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça, condenou a igreja porque o ex-fiel religioso é portador de deficiência mental, conforme comprovado por perícia médica. O valor total corrigido ainda não foi estipulado pela Justiça, mas inclui uma indenização por danos morais de cinco mil reais.
Segundo o processo, em que o rapaz é representado por sua mãe, ele passou a freqüentar a Universal e, desde então, participa assiduamente dos cultos da Iurd, onde os pedidos de dinheiro, acompanhados de promessas de bênçãos, são comuns. Apesar do salário modesto que recebia como zelador, o fiel ignorava os apelos da mãe para que não desse praticamente todo seu dinheiro à igreja.
Esse é somente um dos grandes perigos em fundamentar a devoção à Deus em uma espécie de negócio, de forma que o cristão estabeleça-se como consumidor, e a igreja como fornecedora de “bens e produtos” espirituais.
Não se concebe que as igrejas exijam contribuições dos fiéis baseado em pressões psicológicas ou então tendo como pressuposto a retribuição – com juros – do dinheiro investido. Por isso, a necessidade do ensino sobre o assunto, com fundamentação bíblica.
Nossa comunhão com Deus não pode e não deve ser sustentada tendo como base aquilo que Ele pode nos conceder como benesses, pois a Bíblia afirma que se esperarmos em Cristo somente nessa vida, somos os mais miseráveis de todos os homens (1 Co. 15.19). Nossa comunhão com Ele deve ser estabelecida por aquilo que Ele é, o Deus Supremo, e por aquilo que ele já fez, entregando seu único Filho pela nossa Salvação.
Valmir é editor E agora, como viveremos?
ô Valmiiiiirrrr!!!
ResponderExcluirDe que lado, afinal, você está?
Tás querendo acabar com a "auto-regulamentação" do mercado liberal-religioso?
Isso inibe a livre concorrência... Cara, você é comunista?
Tome cuidado com essas ideias malucas. O povo pode ouvir!
Muita gente de uma tal igreja aí, que eu não vou dizer o nome, só vou dizer que é uma IGREJA UNIVERSAL... tem reclamado seus direitos em juízo por não terem recebido o produto, "benção", depois de já ter pago, "ofertado", à vista.
ResponderExcluirÉ o "Toma lá da cá" (Obs: isso não é merchandising de programa da Globo)
Já que é uma troca de serviços, deve se exigir também a nota fiscal de serviço, caso receba, claro...Se não receber ligue para SPCCC(serviço de proteção do crédito do cristão consumista)...rsrsrs
ResponderExcluirFoi acreditar...olha o que deu!!! picaretagem gospel
Mário Celso
Até que em enfim uma luz no fim do túnel!
ResponderExcluirTomara que isso aconteça logo.
Aí Rubinho, já ouviram! kkkkkk
ResponderExcluirGostei muito do blog!
ResponderExcluirPor sinal um tanto verdadeiro até porque viver o verdadeiro evangelho está muito além das "picaretisses" deste tempo em que vivemos.
Parabéns pelo blog!
De fato ganharão um seguidor...
Deus lhes dê sabedoria e ousadia para denunciar um tempo corrupto no meio de uma geração corrupta!
Paz!
Olá Danilo, não é um comentario dessa postagem, é uma sugestão de materia de minha autoria para vocês publicarem. Obrigado.
ResponderExcluirEu Vejo o Deus que Yuri Gagarin nunca conseguiu ver
Há 50 anos Yuri Alekseievitch Gagarin inaugurou a era espacial ao ser o primeiro homem a entrar em orbita. Foi uma viagem de 1 hora e 48 minutos dos quais 89 em orbita. 12 de abril de 1961, um dia marcante para a humanidade e para o jovem de 27 anos e 1,60 de altura. Enquanto ainda estava em órbita, Gagarin foi promovido de tenente a major, e com essa patente que a agência de notícias soviética anunciou o espetacular feito ao mundo, que entrava na Era Espacial a partir daquele momento.
Durante o vôo, duas frases de Yuri entraram para a história. Uma de surpresa: “A terra é azul” e a outra “ Olhei para todos os lados, mas não vi Deus”
Gagarin se tornou um herói nacional e um símbolo do comunismo ateu . Uma celebridade soviética e mundial que passou a viajar pelo mundo promovendo a tecnologia espacial do seu país, sendo recebido como herói por reis, rainhas, presidentes e multidões por onde passava. No Brasil, foi recebido e condecorado, pelo então presidente Jânio Quadros, com a Ordem do Cruzeiro do Sul.
No entanto a fama e a popularidade lhe subiram a cabeça e ele passou a beber. Seu casamento também foi afetado, em outubro do mesmo anos ele sofre um acidente em companhia de uma jovem enfermeira, permaneceu por esse motivo um longo período sem pilotar.
Em 27 de março de 1968, durante um vôo de treino de rotina sobre a localidade de Kirzhach, ele e o instrutor de vôo Vladimir Seryogin morreram na queda do MiG-15 que pilotavam, num acidente nunca explicado.
Minha reflexão na vida de Gagarin é muito simples: Como ele nunca viu Deus? Gagarin era de origem humilde, seu pai era carpinteiro e sua mãe camponesa, e ele se torna um herói mundial, e ainda sim não via Deus? Antes dele ir nessa missão 48 cães haviam sido enviados e somente 20 tinham sobrevivido, e ele foi e voltou são e salvo e ainda sim não via Deus?
De fato Gagarin não conseguiu ver a Deus, não por que Deus não existia, ou por não abençoá-lo. Deus concedeu 7 anos de vida após a ida dele ao espaço, para que ele pudesse refletir na visão da criação que ele teve o privilégio de ser o primeiro homem a contemplar.
Um dia todos verão a Deus, uns com alegria outros com tristeza, mas todos verão. Eu sei que verei a Deus com alegria e ouvirei a frase “vinde bendito de meu pai...” por que hoje, pela fé e pela razão eu olho para todos os lados, e vejo Deus.
Já afirmei uma vez e torno a repetir: "dinheiro de otário é festa de malandro". Certamente os "colaboradores" de tais instituições comerciais que se denominam igrejas, têm a mesma estirpe dos que caem no conto do bilhete premiado e outros. Enfim se não fosse o afã de levar vantagem, não cairiam no golpe.Ou ainda se tivessem lido em Genesis, onde se lê: com o suor do seu rosto ganhará o seu pão..., teriam mais chances de ficar prosperos. Deixo ainda uma sugestão para estes incautos: fundem sua propria denominação(só n ão chamem de igreja) e apliquem o mesmo golpe. Quanto aos "ungidos", espero que haja lugar suficiente nos presídios para os tais.
ResponderExcluirSe o problema de calote religioso acabar na justiça já tá bom....
ResponderExcluirO problema é quando acaba em morte...
História verídica: Um certo pastor da UNI__ prometeu mundos e fundos para um empresário que estava indo mal nos negócios. O empresário creu nas promessas e deu à igreja muito mais do que podia. Alguns meses depois o empresário perdeu empresa, carro, casa e família. Então voltou para matar o pastor, só que ele já havia se transferido para outra igreja longe daquela cidade. O empresário foi atrás mas não encontrou. Dias depois suicidou-se...
É EXATAMENTE ISSO MEU QUERIDO,
ResponderExcluirÉ A LEI DA OFERTA E DA PROCURA.
DE UM LADO PEDIR MAIS CEDO,WALDELÍRIO SURRUPIÁÇO,REGUE REGUE SORRUPILARE E OUTROS VENDEDORES DE LIVROS NA NET. TEM AGORA O TAL CIRO IBOPE VAI GOSTAR DE VENDER LIVROS E DE SE EXALTAR ESSE AI. A COISA DE VIVER DA FÉ DOS INCAUTOS.QUE DEUS TENHA PIEDADE DESSE POVO.
O BLOG É MUITO LEGAL.
Mais um "çábio" representante das igrejas clássicas e históricas (ui!) vem aqui reverberar contra a liberdade de religião do povo brasileiro.
ResponderExcluirPara isso usa o comportamento da IURD (ai que horror!) e conta a história lacrimosa de uma mãe (nojeira de país católico tudo tem mãe no meio) e seu filhinho dependente...
Seus trouxas sem as promessas e esperanças oferecidas pelas religiões (todas oferecem alguma coisa) esse mundo já tinha explodido tamanha a maldade e o sofrimento existentes nele...
Além do mais quem disse que estas pessoas são otárias?
Bom, eu pensei que vocês gostassem de ironia. Pelo visto só gostam de ironia pra jogar pesado com os outros. Já quando o alvo são vocês... Obvio que o deus a que me refiro é o deus a quem vocês pensam que servem e que precisa de vocês para combater todas as pessoas que estão "deturpando" a Palavra. Claro que um deus que precisasse de pessoas como vocês para defender sua própria palavra teria que ser mesmo com "d", minúsculo, e realmente estaria a ponto de ter um ataque nervoso, pois vocês deixam muito a desejar no que concerne a "zelo pela Palavra". Imagina! Pessoas como vocês não tem o mínimo de visão espiritual, como podem falar de coisas concernentes ao Reino de Deus? É muita pretensão!
ResponderExcluirMaria