A mão gigante, a mão na parede e o apóstolo Ultraman
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Depois de alguns dias me recuperando de minha mudança (agora moro em
Recife, benhê), estava querendo desenferrujar, escrever algo mais leve, mais
devocional, para acalentar a alma. Bem, infelizmente os inimigos da cruz não me
permitem baixar a guarda. Aliás, a profusão de anticristos, hoje em dia, faria a alegria de qualquer produtor de filmes de terror de baixo orçamento. Faria, não, faz: vão fazer o reboot de Deixados para trás. Mas essa bobagem cinematográfica fica pra
depois.
Li, recentemente, que um encontro de gente vazia de Deus e plena de
Baal, encontro esse chamado também de “acampamento”, o cleptoapústula Estevam
Hernandes coloca uma mão cenográfica para ser adorada por seu rebanho idólatra,
que acha que aquela mão gigantesca, que provavelmente caiu de algum carro
alegórico que homenageava o Ultraman no carnaval, era algo parecido com a mão
de Deus. É, a falta de familiaridade com o Deus verdadeiro gera esses micos
estratosféricos...
O nível de loucura, insensatez e desprezo pela sanidade e santidade de
uma vida cristã pautada pelos princípios bíblicos chega a níveis que escapam
qualquer escala de medida. O ridículo que a igreja evangélica brasileira passa,
achando que está cumprindo o Ide de Jesus, enche qualquer um de vergonha e
raiva. Parafraseando o Lula, nunca antes neste país a passagem bíblica de Romanos
2.24 se tornou tão real – basta relembrar o esculacho que Silas Malafaia tomou
da jornalista Marília Gabriela.
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Apóstolo Ultraman, haiiiii! |
A Bíblia fala de um sujeito, tão cleptoridículo quanto nossos
autoungidos, que também quis fazer festa com coisa santa. Daniel 5 nos conta que
Belsazar, descendente de Nabucodonosor (seu pai, na verdade, era Nabonido, que
reinou junto com o filho, o que faz de Belsazar neto legítimo de Nabucodonosor),
pegou os utensílios santos que eram usados no templo de Jerusalém, pilhados durante
a invasão babilônica, para fazer uma “balada”. Mas no meio da bagunça aparece
uma mão – não a do Ultraman, mas a de Deus – e escreve na parede as palavras mene, mene, tequel, parsim, que, interpretadas
por Daniel, significavam que Deus havia contado os dias do reinado de Belsazar,
decretando o término dele, sendo que o reino seria entregue aos persas; além
disso, Deus havia revelado como o rei, que se achava o máximo, era, na verdade,
o mínimo (Dn 5.25-28). Isso tudo porque Belsazar havia desafiado o verdadeiro
Rei (Dn 5.23).
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Na página do cleptoapústula Estevam Hernandes no Facebook |
Assim, como Belsazar, a igreja evangélica brasileira desafia o
verdadeiro Rei, dando glória a objetos de plástico (cartões de crédito), papel
(dinheiro) e níquel (moedas), entronizando gente que deveria estar curtindo uma
temporada no Urso Branco (presídio federal em Porto Velho) e adorando a mentira,
em vez de adorar a Verdade Encarnada (Jo 14.6). Mas, como se diz lá em Minas,
enquanto existir cavalo, São Jorge não anda a pé. Enquanto existirem pessoas
dispostas a “faturar” usando o nome de Deus, existirá um mercado amplo de gente
disposta a amar o engano. O contrário também é verdadeiro. Enfim, vivemos
simplesmente a lei da oferta e da procura: gente prostituindo a Palavra e gente
querendo uma palavra prostituída. No fim das contas, o verdadeiro Deus, que
pesa os corações, está pesando os da igreja evangélica brasileira. E os tem
achado ocos, vazios, leves. Sem vida. Mas com muita disposição para idolatrar
mãos gigantes do Ultraman.
Digão acha que falsos profetas precisam levar uma palmada de mão aberta na nuca, para o Genizah
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