Nós não somos obscurantistas
http://genizah-virtual.blogspot.com/2011/03/nos-nao-somos-obscurantistas.html
Pr. Martin Luther King, Robert Raikes, William Wilberforce, Dietrich
Bonhöeffer, Pr. Jaime Wright, Missionário Manoel de Mello, Dom Oscar
Romero e Dom Paulo Evaristo Arns. Qualquer estudioso que se preze
chamaria estes homens de fé de heróis da humanidade.
Olho pra todos os lados, para as páginas dos jornais, para o noticiário frenético da televisão, pra tela fria das redes sociais, e meu coração só consegue exprimir uma única pergunta ao Deus Todo Poderoso: “O que fizeram com o Cristianismo?”.
Olho pra todos os lados, para as páginas dos jornais, para o noticiário frenético da televisão, pra tela fria das redes sociais, e meu coração só consegue exprimir uma única pergunta ao Deus Todo Poderoso: “O que fizeram com o Cristianismo?”.
Na esteira da indigência cultural de uma
geração despreparada para pensar e argumentar, cresce a aceitação de
livros e artigos de ateus militantes como Richard Dawkins, Daniel
Bennet, Sam Harris, Christopher Hitchens, entre tantos outros. Na
leitura de suas diatribes, tão agressivas quanto infantis, não reconheço
o Deus de que estão falando, contra cuja existência se apresentam tão
irados. O Deus cuja menção provoca ira nestes ateus é um carrasco,
misógino, e quando eventualmente fala de amor, não está nem mesmo sendo
original, porque repete o que outros já haviam dito antes. Um tipo de
Deus que os faz concluir que o mundo, refém de guerras religiosas e
fanatismos vários, ficaria melhor sem Ele. De onde tiraram isso? Quando
foi que a mensagem cristã, o Evangelho de Jesus começou a ser associado
ao obscurantismo, ao atraso?
Eu me faço esta pergunta, mas no fundo, sei a resposta. Sim, sim, eu também conheço o Deus de quem falam estes ateus. Eu o vejo por aí, na pregação não menos histriônica e infantil de líderes religiosos pretensamente cristãos. Como esperar que um europeu pós-moderno veja algo de bom num Deus propagado por padres pedófilos? Como esperar que um sul-americano minimamente honesto não sinta sua inteligência agredida quando fica claro que o pastor mantém o padrão de vida de um executivo ás custas da contribuição dos fiéis, que passa a ser apresentada como uma “semente”, na maior empulhação teológica dos últimos tempos? Como esperar que um homossexual acredite que Deus ama o pecador apesar do seu pecado, quando líderes influentes do segmento evangélico os tratam com evidente desamor, agravando ainda mais a sua já tão dura rejeição social? Como apresentar um Deus de amor se a imagem que se revela é de líderes egoístas, autocentrados, manipuladores, despóticos e hipócritas na sua intimidade?
Este não é o meu Deus! Do fundo do meu coração, este não é o meu Cristianismo! Não é esta a fé que a Bíblia Sagrada me mostra. A Palavra Revelada apresenta um Deus que emancipa e promove o homem, não um deus que o massacra, o restringe, o manipula.
O Evangelho em que creio fala de um Emanuel, um “Deus-conosco” que aceitou jantar na casa de um político corrupto chamado Zaqueu, que já apanhava o suficiente dos fariseus e não havia mudado, mas encontrou no amor de Jesus uma motivação para transformar sua vida completamente. Um Deus que supera o simples moralismo, de antes e de hoje.
O Evangelho que eu li fala de um Jesus que comia na casa de um fariseu (sim, de um fariseu!) e que acolheu o gesto desesperado de uma prostituta derramando óleo de nardo, perfume caríssimo, provavelmente comprado com o dinheiro do pecado, a seus pés. Alguém que finalmente viu o desespero de uma mulher que se entregou a tantos porque estava em busca de amor, e foi liberta justamente quando Ele disse que ela “muito amou”.
O meu Cristianismo é o que inspirou John Milton e Willian Wilberforce a lutar pelo fim da escravidão na Inglaterra. É a mensagem que motivou o jornalista metodista Robert Raikes a alfabetizar filhos de operários usando a Bíblia Sagrada em plena Revolução Industrial, criando a primeira Escola Bíblica, mãe do ensino público fundamental na Europa.
O meu Cristianismo moveu homens na luta contra regimes autoritários. Dietrich Bonhöeffer e Martin Niemöller na Alemanha nazista, Dom Oscar Romero em El Salvador, e figuras como o cardeal católico Dom Paulo Evaristo Arns, o pastor presbiteriano Jayme Wright e o missionário pentecostal Manoel de Mello na ditadura militar do Brasil.
O Cristianismo em que eu creio motivou uma mulher negra chamada Rosa Parks a não ceder seu lugar a um branco no ônibus, dando o primeiro passo para a marcha liderada por Martin Luther King. Num tempo de ódio e revanchismo incitado por Malcolm X, o sonho de King incluía negros e brancos lado a lado.
A fé em que creio sempre caminhou semeando mudanças que nos levaram adiante. Não reconheço a mensagem da Cruz neste pseudo-evangelho triunfalista, reduzido apenas à moralidade. Deste “outro evangelho”, Hitchens, Dawkins e outros que tais, podem falar à vontade. Que eu até ajudo.
Em Sementes de Vitória e no Genizah
Faço coro com você meu amado irmão. Sobretudo no que concerne a pastores mau caracteres que vivem regaladamente como se fossem empresários riquíssimos enquanto as suas ovelhas vão para o trabalho levando uma marmita na garupa da bicicleta.
ResponderExcluirÉ preciso que a igreja aprenda que teologia é, em essência, ortopraxia e não apenas ortodoxia; que teoria sem prática é a suposta fé sem obras.
Deus te abençoe por esse texto tão oportuno. Vou repassá-lo a todos os meus contatos.
Cadê Dom Helder Câmara?
ResponderExcluirSó tenho uma palavra pra descrever esse texto: PERFEITO!!
ResponderExcluirParabéns!
Pr. Cláudio Moreira
ResponderExcluirOnde na Bíblia diz que foi uma prostituta que derramou nardo nos pés de Jesus?
Gol de letra - literalmente!
ResponderExcluirDeus te abençoe.
ResponderExcluirmas a galera hoje prefere pregar gizuz prosperador, alguns ouvem a pregação e vão paara alguma igreja semear, outros tomam raiva de um Deus tão "Cerol" que acabam escrevendo livros e poraí vai...
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